07/09/2019

Veterinário de Cosmópolis alerta para os perigos da raiva animal

Victor Stahl diz que a raiva animal pode ser fatal para o homem e dá dicas de como proceder para evitar que esta doença possa atingir seu pet

Henrique Oliveira

As doses das vacinas antirrábica continuam em falta em Cosmópolis. A campanha de vacinação animal que comumente acontece entre os meses de julho e agosto, ainda não tem previsão de acontecer na cidade. O motivo é a falta de distribuição das doses pelo Governo do Estado de São Paulo e Ministério da Saúde.

De acordo com a Secretaria de Saúde Comunitária de Cosmópolis, o município só recebe as vacinas no período da campanha (julho e agosto). No entanto, alegam que este ano não receberam e não há previsão para receber. O órgão acrescentou ainda que não há uma data definitiva para que a campanha aconteça e que não se sabe se a mesma será realizada este ano.

Devido à falta de distribuição de vacinas antirrábica em Cosmópolis, os proprietários de cães e gatos devem procurar por clínicas veterinárias para que ocorra a devida vacinação dos animais.

Em entrevista ao Portal Cosmopolense, o médico veterinário Victor Stahl explica como entender o que pode acontecer com o animal, e com a saúde humana, caso haja um animal infectado com a doença, bem como os procedimentos para imunizar os animais de estimação na falta da vacina que deveria ser distribuída pelo poder público.

O veterinário ressalta problemas que podem ser ocasionados pela doença aos seres humanos se não combatida. “A raiva é uma doença viral aguda do sistema nervoso central, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. É caracterizado por uma encefalomielite fatal, causado por um vírus do gênero Lyssavirus”, explica o médico.

O médico enfatiza ainda que a não vacinação do animal de estimação pode gerar multas a seu responsável. “Deixar seu animal imunizado contra a raiva é de extrema importância para a saúde e bem estar da população como um todo, além de ser de caráter obrigatório de acordo com a ‘Lei n. 2.858, de 10 de dezembro de 1954, fica instituída a vacinação antirrábica obrigatória de cães e gatos no território do estado, estando sujeito a multa por animais não vacinado”, informa.

A raiva, de acordo com Victor Stahl, é uma das doenças mais temidas pelos seres humanos. O médico lembra que não existe um tratamento eficaz para quem foi infectado. “A raiva é uma das doenças mais temidas, por se tratar de uma patologia que na maioria das vezes é 100% letal, na qual não tem tratamento comprovadamente eficaz. Por isso é importante estar sempre atento a qualquer sintomatologia clínica em eu pet, como: agressividade do animal, salivação excessiva, paralisia e mudanças de comportamento. Logo, a procura de um profissional da área é de extrema importância”, salienta.

O médico recomenda a aplicação anual da vacina, a fim de garantir o bem estar da população e dos animais. Ele alerta que a melhor prevenção, nesse caso, é a vacinação dos pets. “Trata-se de uma doença de caráter zoonótico, (doença que passa dos animais para os seres humanos). Hoje a vacinação é o único método de prevenção contra a raiva, por isso ressalva a importância da vacinação anual dos pets, visando o bem-estar da população e dos animais propriamente dito”, pondera.

Além da prevenção por meio das vacinas, o médico dá algumas orientações e procedimentos que a pessoa deve seguir ao encontrar um morcego morto em sua residência. Victor também dá dicas para coibir a presença de morcegos, principal transmissor da raiva animal. A dica é que não se abata o animal e sim coloque telas nas casas para coibir a proliferação do mesmo.

Caso seja detectada a presença de morcegos no interior de residências ou em outros locais indesejados, deve-se aumentar a luminosidade nos ambientes, colocar telas nos vãos, janelas e buracos e fechar ou vedar porões e cômodos pouco utilizados que permitam o alojamento dos mesmos. “Morcegos são animais protegidos por lei (Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967), pois exercem papel importante na natureza no controle de insetos e, no caso dos frugíferos, disseminação de sementes e polinização de flores”, alerta Victor.

Informar os órgãos de Vigilância Sanitária da cidade é a primeira atitude do cidadão quando encontrar um morcego morto em casa. Isso corrobora para que a doença seja combatida na cidade. “A presença de morcegos caídos no chão deve ser imediatamente informada ao CCZ (Centro de controle de zoonose). Uma equipe irá até o local recolher o animal para realização de exame diagnóstico para raiva. Não se deve tocar ou remover o morcego do local. É importante impedir que outros animais ou crianças não tenham contato com o morcego”, finaliza Victor.

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