23/04/2019

Vereadores de Cosmópolis querem obrigar políticos a utilizarem SUS

Renato da Farmácia (Podemos) e Humberto Hiroshi (PT) querem saber da possível utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo alto escalão cosmopolense e seus familiares

Da redação

Os vereadores de Cosmópolis – Renato da Farmácia (Podemos) e Humberto Hiroshi (PT) – colocaram em pauta, na sessão ordinária desta segunda-feira (22), um requerimento para serem informados sobre a possibilidade do alto escalão do Executivo Municipal de Cosmópolis utilizar obrigatoriamente a rede municipal de Saúde do município. Segundo o documento, há questionamento sobre a possível utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo chefe do Executivo, vice-prefeito, secretários e demais cargos comissionados.

“Trata-se de medida necessária para que o prefeito, vice-prefeito, secretários e cargos comissionados, bem como seus cônjuges e filhos, conheçam de perto as carências e deficiências da rede municipal de saúde, para que sejam tomadas as medidas necessárias objetivando a promoção de melhorias na saúde pública, que venham a beneficiar toda a população cosmopolense, diz a justificativa do Requerimento Legislativo 135/2019.

A sessão parecia calma, mas os ânimos se exaltaram entre o vereador Renato da Farmácia e Doutor Eugênio (PP) antes da votação do requerimento. “Obrigar uma pessoa a fazer isso fere a Constituição, fere o direito de ir e vir. Eu entendo o mérito, acho que quanto mais um secretário de saúde conhecer o seu sistema é melhor”, argumenta o Doutor Eugênio.

Já o vereador Renato da Farmácia defende o requerimento alegando que se a pessoa se candidatou à um cargo público deve se utilizar somente da saúde pública. “Se o prefeito sentisse na pele… os vereadores sentissem na pele como é, nós teríamos mais força de vontade para lutar pela saúde. Nós estamos aqui para atender os anseios da população”, afirma o edil.

Após a defesa de Renato sobre o requerimento, Doutor Eugênio rebateu dizendo que não há diferença entre as demais pastas já que a prefeitura também oferece outros serviços, como saneamento básico e transporte. “Qual a diferença? Se você quer que o prefeito utilize o serviço de saúde, você também oferece o serviço de transporte. Por que você não vende seu carro e anda de ônibus? Por que só na saúde e não em tudo? Vamos parar de hipocrisia e vamos parar de demagogia, disse Eugênio.

Renato da Farmácia argumenta que a saúde é um bem essencial para a vida. “O senhor concorda que ônibus não morre e água não morre? É porquê doutor, o senhor tem convênio, se o senhor não quiser utilizar a saúde pública, saia [do cargo] de vereador!”. Após isso, ambos trocaram farpas acusando de ‘demagogos’ e foram interrompidos pelo presidente da Casa de Leis, Élcio Amâncio (MDB).

O requerimento foi aprovado na Câmara de Vereadores de Cosmópolis e segue para que o prefeito José Pivatto (PT) responda. Cristiane Paes (PT), Doutor Eugênio (PP) e Zezinho da Farmácia (PV) votaram contra o requerimento.

Os parlamentares deixaram bem claro que para que se torne Lei, são necessárias várias discussões sobre o assunto, apreciação das Comissões Internas da Câmara de Cosmópolis, para só, a partir deste trâmite, voltar à Plenário para votação dos demais vereadores.

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