03/04/2019

Vereador pode ser expulso do PT de Cosmópolis

Notificação de processo disciplinar diz que Humberto Hiroshi (PT) vem desrespeitando o estatuto do partido e tendo condutas “injuriosas contra o prefeito”

Da redação

O vereador Humberto Hiroshi (PT) afirmou que foi notificado pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo o representante do Poder Legislativo de Cosmópolis, consta contra ele um processo disciplinar que pode culminar na expulsão do mesmo.

Durante a fala do petista em sessão ordinária, Hiroshi (PT) disse que contesta todas as acusações que constam no relatório emitido pelo PT onde o acusa de que “vem descumprindo, desrespeitando as disposições constantes do Estatuto deste partido político, além de nítidos atos de infidelidade partidária, bem como condutas caluniosas, difamatórias e injuriosas contra o prefeito eleito pelo Partido dos Trabalhadores”, diz trecho do requerimento emitido pelo partido datado em 15 de janeiro de 2019.

No uso da tribuna da Câmara, Hiroshi leu trecho da notificação aos presentes e comentou os motivos apresentados pelo partido. “Na hora que fui tomar banho porque o secretário de água e esgoto não está dando conta de abastecer a cidade com a qualidade da água que vocês merecem, eu estou afrontando ele? Isso é ir contra os princípios do partido! Quando fui no bairro Quilombo, um buraco que da altura desta tribuna, eu entrei nele, que o Renato [Muniz – vereador] tava filmando e pedindo ‘pelo amor de Deus’ para o secretário Tozelli [secretário de obras de Cosmópolis] passar uma máquina e jogar cascalho, eu estou indo contra os princípios do partido”, lembra Hiroshi.

Hiroshi alega que ele só foi notificado da decisão do partido após dar início a um pedido de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar possíveis irregularidades em compra de serviços e peças para veículos da rede pública de saúde. Na época, a CEI não avançou pois não teve o número de assinaturas necessárias para ir às comissões.

“Se o vereador for cassado por infidelidade partidária, ele pede aquela cadeira ali. E o que me deixa mais revoltado é que este negócio que joguei aqui [apontando para a notificação jogada no chão pelo vereador] ele está pronto desde o dia 15 de janeiro só que só foi notificado pra mim quando dei continuidade, junto com Renato da Farmácia [Podemos] e Edson Leite [PSDB] num pedido de CEI com provas e testemunhas”, relata Hiroshi.

O vereador ainda disse que está trabalhando na fiscalização do Executivo municipal e no pedido de melhorias para a cidade, e citou os diversos vídeos que faz nas redes sociais cobrando agilidade dos órgãos competentes e com isso pode perder o seu mandato com vereador, repetida várias vezes em seu discurso. Em diversas vezes, em sua fala, Humberto Hiroshi se dirigia à também vereadora Cristiane Paes que é a presidente do Partido Dos Trabalhadores no município de Cosmópolis.

A vereadora diz que este processo, contra Hiroshi, é um procedimento interno do Partido dos Trabalhadores e que filiados, candidatos, prefeitos e vereadores podem passar por estas ‘atribulações’. “Todo candidato, todo filiado, todo prefeito e vereador está sujeito a passar por estas atribulações. Como já tivemos no passado outros vereadores que receberam esta notificação, conversaram dentro do partido e resolveram a situação”, defende a vereadora Cristiane.

A presidente do PT disse que o estatuto do partido é claro em que não se pode desacatar, desrespeitar e ‘falar palavrão’ pois se trata de uma prerrogativa do Partido dos Trabalhadores. Sobre o tempo para esta notificação, a vereadora alega que recebeu as denúncias contra o vereador petista no dia 15 de janeiro, e após isso, se reuniu com a executiva do partido para apurar os fatos para encaminhar à comissão de ética. Segundo ela, ‘estes são os trâmites do estatuto’ e que há várias formas de penalidades que podem ser aplicadas ao vereador, como advertências, suspensão e que a comissão de ética do partido pode recusar as acusações contra Hiroshi.

Mas o vereador petista rebate citando o artigo 230, que está impresso no documento emitido pelo PT. “O parlamentar que deixar a legenda, desobedecer ou se opuser às deliberações ou resoluções estabelecidas pelas instâncias dirigentes do Partido perderá o mandato, assumindo, neste caso, o suplente do Partido, pela ordem de classificação”.

Em coletiva, a presidente do PT, disse que ainda é ‘muito prematuro dizer qualquer coisa, pois ainda está correndo dentro do partido. Como disse na tribuna, nós seguimos rigorosamente o estatuto do partido e a comissão de ética notificou o vereador e ele tem dez dias para se defender, e aí sim a comissão de ética vai avaliar”. A presidente ainda diz que sobre as acusações, Humberto Hiroshi, ‘em diversos momentos ele ataca pessoalmente o prefeito, desrespeita artigos do estatuto e aí alguns filiados acharam melhor fazer uma notificação ao vereador’.

O vereador Hiroshi será ouvido pela comissão de ética do Partido dos Trabalhadores e tem até 10 dias, da data de notificação para manifestar sua defesa.
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