05/02/2019

Sem pavimentação, moradores cobram melhorias em bairro de Cosmópolis

Em tempos de chuva, moradores sofrem para sair de casa, receber familiares e pagam mais caro por serviços pelo fato do bairro não possuir asfalto

Henrique Oliveira

Em tempos de chuva, com muita lama, é quase impossível trafegar pelas ruas. Em tempos de estiagem, a poeira incomoda os moradores e a limpeza da casa tem de ser feita com mais frequência. Isso tudo é o que passam os moradores do Parque Laranjeiras I e II, região de chácaras próximo ao cemitério, em Cosmópolis.

A equipe de reportagem do Portal Cosmopolense foi até o local e constatou: o bairro é o único – dentro da zona urbana – em Cosmópolis que ainda não recebeu pavimentação. Os munícipes enfrentam muitos problemas morando nestes bairros. A fim de tentar resolver a situação, foi preciso fundar uma associação de moradores.

Em pouco tempo, foi possível escutar inúmeras histórias que descreveram a realidade do local. “Na verdade, o que temos aqui como benefício é só a coleta de lixo. Nós ficamos até com dó destes rapazes que fazem a coleta caminhando no barro”, reclama José Américo Tetzner, morador do bairro e presidente da Associação de Moradores do Laranjeiras I e II.

Os moradores reclamam das condições das ruas. Segundo eles, depois de uma volumosa chuva, o bairro sofre com os buracos que são formados pelo escoamento da água. Formam-se verdadeiras crateras que impossibilitam os motoristas de trafegar com um carro ou motocicleta. Além disso, toda a água escorre pelas ruas alagando o bairro. Mesmo enfrentando estes problemas, os cosmopolenses ainda têm de conviver com outras adversidades.

Helena Maria Dalla Torre disse que teve que pagar um valor a mais para que o transporte particular – que leva o filho dela para a escola em Limeira (SP) – o conduzisse até a frente da casa onde mora. O filho estuda no período noturno e todos os dias chega por volta da meia noite.

Além de pagar a mensalidade, assim como todos que utilizam o transporte, Helena ainda teve que pagar a mais para que o proprietário do veículo pudesse acessar as ruas do bairro. “Eu consegui alguém que traz ele, mas tive que pagar a mais. Pois todos os outros que fazem o transporte, em três opções, se negaram a subir aqui. Mesmo eu pagando a mais. Isso tudo é por conta dos problemas das ruas, da manutenção que o motorista terá que fazer na van”, alega.

Para que o filho pudesse chegar em casa, após a aula no período noturno, Helena tinha que desembolsar R$ 180 a mais por mês além da mensalidade. Pelas condições das ruas dos bairros, muitos motoristas se recusam a colocar os veículos nas ruas não pavimentadas. E isso, segundo os moradores, se agrava quando chega o período de chuvas. “Os motoristas dizem que em época de chuva não entram no bairro. E mesmo eu pagando a mais, eu tenho que entender que a van não passa e eu tenho que levar meu filho lá na avenida da Saudade”, reclama.

Além do aspecto estético do bairro, os moradores almejam pelo asfaltamento para não enfrentarem mais problemas com veículos próprios e de familiares que os visitam. O bairro é famoso por possuir muitas chácaras que são alugadas pelos proprietários para festas de aniversário e casamentos. E a falta de pavimentação nas ruas do bairro, além de trazer problemas desvalorizam os imóveis.

Para Elisabete Berg, a pavimentação das ruas é uma necessidade. Para ela, o bairro é esquecido pelas autoridades do município. “Sem a pavimentação das ruas, pedestres podem cair, ciclistas, motociclistas e carros podem cair dentro de um buraco deste. Desce muita sujeira, muita lama e muita pedra. Eu vejo como um descaso, um descaso mesmo. Um bairro esquecido pelas autoridades da cidade, pois ninguém toma a frente mesmo, todos tiram o corpo fora no momento do ‘vamos ver’, pois alegam não ter verba, temos que esperar passar as eleições… Isso aí já passou de ser um capricho para o bairro, o asfalto é uma necessidade para nós moradores”, desabafa a moradora da rua Célio Rodrigues Alves.

O presidente da associação de moradores disse que em assembleia já vem sendo discutido a necessidade do asfaltamento do bairro. “A maioria dos moradores concordaram que hoje há necessidade do asfaltamento. As autoridades têm de olhar um pouquinho para o bairro”, expõe José Américo.

O local é o único na região a não possuir a pavimentação. Beto Spana faz divisa com as chácaras e é perceptível onde termina um bairro e onde começa outro, pois a pavimentação chega até o final do bairro Beto Spana e não chega no Laranjeiras I. Além da falta do asfalto chegar até a divisa, os munícipes e usuários das vias que passam pelos bairros também enfrentam as consequências.

Quando a chuva é torrencial, toda a lama e entulhos, que são colocados pelos moradores nos buracos das ruas a fim de amenizar os buracos, são conduzidos pela enxurrada para a avenida da Saudade. A via chega a ter montes de lama e terra, que atrapalham os motoristas que trafegam para acessar o cemitério ou a vicinal que liga Cosmópolis à Holambra.

Outra reclamação dos moradores é a respeito da coleta de galhos de árvores do bairro, o chamado Programa ‘Cata Galho’. Segundo José Américo, o caminhão que faz a recolha de galhos e restos de jardinagem não passa no bairro desde novembro de 2018. Isso faz com que acumule na frente das chácaras galhos, os quais são queimado ali mesmo, deixando o bairro e as casas cheios de fumaça.

“Nós estávamos sabendo que a cada quinze dias ia passar, e não é isso que está acontecendo. Na frente das chácaras, você pode ver que tem galhos. Pois eles prometem que vêm tirar, nós fazemos a poda, e eles não passam. E isso é desde novembro [2018]. E, infelizmente, a maioria das pessoas põe fogo. Mas qual a alternativa? Não tem outra”, alega o presidente da associação de moradores do Parque Laranjeiras.

Outro lado

A Prefeitura de Cosmópolis, por meio da sua Assessoria de Comunicação, disse que trabalha para conquistar verbas para iniciar a construção de galerias para coleta da água da chuva. E que trabalhará junto aos moradores para “encontrar uma solução coletiva que os satisfaça”. Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura pleiteia uma verba junto ao Governo Federal para construir as galerias de águas pluviais do bairro, porém os recursos ainda não foram liberados. Agora, a Prefeitura está adequando o projeto das galerias em busca de fontes alternativas de financiamento para a obra – que é imprescindível para que o bairro seja asfaltado. A municipalidade também irá procurar os moradores do local para encontrar uma solução coletiva que os satisfaça.

Em relação ao ‘Cata Galho’, o serviço tem funcionado regularmente na região. O caminhão está programado para passar novamente no local nesta sexta-feira (1°). É preciso destacar que o “Cata Galho” recolhe apenas galhos e restos de poda, não pegando restos de capina e roçagem ou entulho”.

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