Projeto de Cosmópolis promove campanha on-line para conseguir pagar aluguel

Letícia Leme

Enfrentando diversas dificuldades financeiras, o Projeto Arco-Íris criou uma campanha on-line a fim de levantar fundos para quitar dívidas pendentes e arcar com as despesas do abrigo. O valor estabelecido como meta é de  R$ 15 mil, mas até o momento foram arrecadados  somente R$ 250. A campanha conta com a mobilização da população, que pode fazer sua doação através do site Vakinha , que estará disponível até o dia 08 de janeiro.

Parte do valor arrecadado será usado para abater as dívidas, acumuladas por aluguel, encargos trabalhistas, entre outros, que já se aproximam de 300 mil reais. Em entrevista ao Portal Cosmopolense, Ezequiel do Santos, presidente do Arco-Íris, aponta que as principais dificuldades enfrentadas pelo projeto são provenientes do pouco recurso que eles recebem do Poder Público, uma vez que este não supre todos os gastos gerados pelo lar.

Há 15 anos o Projeto Arco-Íris funciona como lar provisório destinado a crianças e adolescentes vítimas de maus tratos e abuso sexual. Essas são encaminhas pelo Poder Judiciário e Conselho Tutelar de Cosmópolis.

Sem fins lucrativos, o projeto é uma associação civil que atende atualmente um público de 13 pessoas, de 0 à 18 anos. Fundado em 15 de Novembro de 2003, o Arco-Íris nasceu de uma exigência do Poder Judiciário diante da necessidade que emergia na época: um projeto que atendesse crianças e adolescentes sem moradia.

Levar ao médico, à escola, e viabilizar um acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Necessidades básicas de toda criança e que o projeto, tão carinhosamente tem oferecido a seus moradores.

Teoricamente, a instituição deveria ser sustentada por meio de verba municipal e por repasse estadual e federal. No entanto, o repasse federal não tem chego até o projeto, acumulando 8 meses de atraso.  Mediante a isso, ações como rifas, bingos, bazar e carnês de associados se fazem necessárias para cobrir os gastos gerados pelo projeto.

Ezequiel conta que um dos maiores obstáculos que eles enfrentam é o aluguel. Com dificuldades financeiras, o lar já recebeu até aviso de despejo por ter atrasado o pagamento. “Já recebemos carta quando estávamos com três aluguéis atrasados, informando a possibilidade de despejo. Aí temos que ficar indo lá passar óleo de peroba na cara e implorar pra não cobrarem juros”, desabafa.

A ajuda que eles recebem do Poder Público é utilizada para pagar o salário dos funcionários – um número grande de contratados – já que a entidade funciona o dia todo e supre todas as necessidades básicas dos abrigados. O carnê de associados, um meio de arrecadar dinheiro, tem auxiliado no sustendo do projeto. Eles  são entregues a moradores do município que contribuem com um valor mensal, usado principalmente para complementar a folha de pagamento dos funcionários e para arcar com o aluguel. “A gente vende o almoço para poder pagar a janta”, conclui Ezequiel.

A qualquer momento e em qualquer lugar uma criança ou adolescente pode ser vítima de maus tratos e abuso sexual. “Os acolhimentos podem chegar a qualquer hora, daqui a 5 minutos, por exemplo, pode chegar uma nova criança e a qualquer momento o Fórum pode desacolher uma, seja retornando essa criança para sua família ou colocando em uma família substituta (adoção)”, explica Ezequiel.

Hoje o Arco-Íris atende 13 deles, no entanto, ao redor do Brasil o número de crianças desamparadas só cresce e o daqueles que estão dispostos a ajudar ainda é mínimo. É preciso que mais pessoas abracem causas como essa, que possibilitam crianças e adolescente a terem um lugar – ainda que provisório –  para chamar de lar, para retornarem ao sair da escola e para dormir quando se sentirem exaustas da rotina e preocupações da vida. Que tal abraçar uma delas hoje?

O Projeto Arco-Íris funciona todos os dias da semana e atende pelo telefone (19) 3812-2826. Situada na rua William Neumann, 615 no Vila Vakula , o lar espera por uma visita sua.

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