17/05/2019

Presidente da CEI nega que seja beneficiado pela prefeitura de Cosmópolis

Medebista tem gerado desconfiança em alguns vereadores da Câmara cosmopolense, onde é apontado como ‘marionete’ do prefeito José Pivatto (PT)

Da redação

Votado como presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI), o vereador Aldenis Mateus (MDB) negou que seja beneficiado pela Prefeitura Municipal de Cosmópolis. Isso porque, o emedebista tem gerado desconfiança em alguns vereadores da Câmara cosmopolense, onde é apontado como ‘marionete’  do prefeito José Pivatto (PT). Falta de transparência e desinteresse fazem parte das acusações.

Os parlamentarem tinham 24 horas, desde a segunda-feira (6) em que a CEI foi aprovada, para apresentar o nome do presidente, relator e participantes da Comissão. Na ocasião foram votados para os cargos o vereador Aldenis Mateus (MDB) como presidente e a vereadora Cristiane Paes (PT) como relatora. Os edis Edson Leite (PSDB), Humberto Hiroshi (PT), Eliane Lacerda de Fáveri (PV) e Renato Muniz (Podemos) também compuseram a CEI. Esta foi instaurada a fim de investigar supostas irregularidades no Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Cosmópolis.

Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (13), o vereador Renato Muniz (Podemos), bem como Humberto Hiroshi (PT), indagaram a demora do  presidente da CEI, Aldenis Mateus (MDB), em convocar reuniões para dar início as investigações, acarretando na falta de transparência por parte do mesmo. Supostas interferências externas também estariam prejudicando o andamento da Comissão, assim apontou os edis.

Em entrevista, Hiroshi (PT) se diz insatisfeito com as ‘manobras’ políticas que, segundo ele, vêm acontecendo para que a CEI não obtenha resultado. “A verdade é uma só. Isso daí [CEI] foi uma luta para a gente conseguir, colocar o requerimento em votação. Conseguimos vencer essa batalha, três vereadores estavam nisso daí desde o começo, conseguimos falar com o André MaqFran [PRB] para ele assinar, apresentamos as provas para todos eles, ninguém queria assinar. Até o André falar que queria assinar porque queria transparência. O que acontece? As manobras políticas, isso me deixa muito bravo, muito triste. Porque nós estamos querendo transparência na nossa cidade, estamos querendo que Cosmópolis cresça”, argumentou.

O petista acredita que o presidente e outros membros da Comissão, vêm agindo sob interferências externas. “Infelizmente ainda tem vereadores que ficam trocando favores com o prefeito para não deixar isso acontecer e aí vem aqui nessa Casa de Leis e fica fazendo cena, se pondo de coitadinho, falando que eu confio nele. Eu não confio (…) Eu tenho certeza que tem interferência externa, prova disso é que colocaram três vereadores, inclusive a presidente do partido [Cristiane Paes – PT] dele nisso daí, que ainda votou contra a CEI. Fala para mim qual é a lógica disso? (…) os três são marionete dele [José Pivatto – PT] “, exclamou.

Questionado sobre a veracidade das acusações, o presidente respondeu que os próprios vereadores que formaram a CEI articularam para que ele assumisse o cargo em questão. “Na realidade a Comissão foi montada e eu entrei na comissão para ser um membro. Mas articularam pra que eu fosse o presidente a qualquer preço. O que acontece é que os vereadores que abriram a CEI eles tinham a oportunidade de ser presidente ou relator, mas na hora ‘H’ eles simplesmente articularam para que eu fosse o presidente e  a vereadora Cristiane [PT] fosse a relatora”, explicou.

“Eu entrei para ajudar e apurar os fatos. O fato de sentir prejudicado foi que os vereadores quando eles abriram a CEI, eles pediram para eu votar, assinar a favor da CEI. Como eu disse para eles que ia estudar sobre isso para depois assinar, simplesmente eles falaram que não dava mais tempo. Aí, pensando depois, eu tomei a iniciativa de participar como membro da CEI. Eles pediram e eu não participei, depois eles começaram criticar que eu não estava participando porque eu estava beneficiando o prefeito. Então eu decidi participar e me colocaram como presidente e agora sim eu faço questão de ser o presidente, apurar os fatos e fazer justiça com certeza”, relatou.

O parlamentar acrescentou ainda que o fato de nenhuma reunião ter acontecido até o momento, se deu em virtude do requerimento que seria apresentado na sessão da segunda (13). “Como hoje iria entrar o requerimento para a contratação do advogado, eu não quis fazer reunião nenhuma com o auxílio do advogado principal que vai estar aí trabalhando na CEI, por isso que não marquei nenhuma reunião ainda. Através da contratação de um advogado, que eu vou estar sim marcando reunião com os vereadores que fazem parte da comissão para que nós prossigamos aí o trabalho. Mas o trabalho durante esses sete dias não está parado, eu estou fazendo o meu trabalho como vereador”, justificou.

De acordo com ele, uma reunião com o secretário de saúde e prefeito já está sendo marcada. “Estou fiscalizando na secretária, alguma coisa que os vereadores citaram na irregularidade. E também eu quero aproveitar na reunião , assim que tiver o advogado, para pedir para os vereadores as suas provas para que a gente possa dar continuidade ao trabalho”, reiterou. No que diz respeito ao fato de ser ou não beneficiado pela prefeitura, Aldenis nega qualquer envolvimento com benefício próprio, e que o vínculo estabelecido remete ao fato de a prefeitura prover professores de Karatê para o projeto fundado por ele.

“A prefeitura, vendo as minha dificuldades, contratou dois professores para dar continuidade ao projeto. Eu não sou beneficiado pela prefeitura de maneira alguma. Os munícipes é quem são beneficiados pela prefeitura. Está beneficiando muitas e muitas crianças pelo projeto de Karatê”, salientou. O edil garantiu ainda que não haverá nenhuma interferência externa na condução da CEI.  “Eu tenho interesse em dar andamento a isso o mais rápido possível, para que a gente resolva e dê uma resposta sim para a população”, concluiu.

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