10/02/2021

Ponte causa transtorno com alagamentos e irrita moradores de Cosmópolis

Problema é antigo e agravou depois de uma obra da prefeitura no local


Da redação

Moradores da rua dos Expedicionários, da região do bairro Baguá reclamam de um problema que se arrasta há anos no local: a enchente que atinge casas no entorno do Ribeirão Três Barras por conta de uma ponte que foi construída no local há mais ou menos seis anos.

Para quem pensa que o problema de enchentes é por conta do ribeirão, se engana. Duas residências, que ficam em uma cabeceira da ponte, sofrem com as chuvas que caem sobre Cosmópolis. Quando a chuva é muito densa, os moradores dizem que a água fica empossada na cabeceira da ponte e chega a invadir as casas, causando prejuízo e muito transtorno.

Edson e Valdelice Félix moram em uma das casas. Eles dizem que há três anos constantemente vem sendo incomodados com este assunto. Pois muitas vezes se viram com a água dentro de casa, ou quando não, a água chega em sua garagem. Trazendo com ela sujeiras e diversos animais peçonhentos.

No passado, tanto Edson quanto Valdelice realizaram uma obra paliativa no local. Para tentar escoar a água fizeram uma galeria em meio ao mato que auxiliava contra o problema. Mas uma obra, de canalização do local, fez com que o canal fosse destruído.

“Antigamente a água descia com mais facilmente, pois conseguimos fazer um escoamento da água. Mas com o tempo o mato foi crescendo, foi dificultando cada vez mais para se resolver algo aqui, e chegou neste ponto que está hoje”, diz Valdelice se referindo ao mato alto que existe ao lado de sua casa.


O químico Edson, esposo de Valdelice, diz que a manilha que passa pela rua, que é ligada por um bueiro, não tem vazão suficiente para escoar toda a água que escorre das ruas acima da sua, como a Coronel Silva Teles e a Expedicionários, para o ribeirão. “Muitas vezes temos que sair de casa de madrugada para retirar o lixo que vem junto com a água da chuva no bueiro, para tentar não invadir a nossa casa. […]Eu moro aqui há mais de 30 anos e só agora, depois desta ponte, que nós passamos por isso”, ressalta.

E este problema trás até insônia. Em noites de chuva, Edson fica monitorando a água para saber o que fazer através de sua janela. Dali, os moradores ficam aflitos esperando que a água invada o seu quintal e com ela traga problemas. “Aí você fica acordado a noite inteira monitorando aqui pra ver se não entra água dentro de sua casa, isso não é vida. Ela tem 60 anos, eu 64, doente, e nós temos que ficar monitorando…”, exclama.

Além destes problemas com aágua, os moradores também relatam que com as chuvas, com a enxurrada, também em sua casa aparecem grandes aranhas, roedores e até cobras. Uma grande foi vista e registrada por Vadelice  em uma foto de seu celular. A grande cobra possivelmente tem como habitat o mato às margens do Ribeirão Três Barras.

Do outro lado da rua, existe a casa da dona Maria Benedita Machado. Assim como seus vizinhos, ela e sua família também sofrem com o problema com as chuvas. Ela relata que assim que o céu fica escuro, com chances de temporais, a família fica alerta para colocar em cima de outros móveis aqueles que podem molhar com a entrada da água. E este fato está acontecendo com mais frequência.

“Quando chove nós colocamos tudo em um quarto, que é mais alto um pouco para não perdermos nada”, reclama a dona de casa.

Em sua casa, aos fundos passa o ribeirão Baguá. Além da preocupação da enxurrada que entra em sua casa pela frente, outra preocupação é com o rio. De acordo com ela, em um trecho dentro de seu terreno, o não existe nenhum barranco que possa bloquear a vazão da água. Assim, seu quintal e parte do fundo de sua casa também é invadida pela água.

Assim como seus vizinhos de frente, dona Maria ao primeiro toque de chuva, fica embaixo da pequena área da casa olhando o nível da água. Quando ela começa a subir, segundo ela de forma bem rápida, ela avisa seus familiares para ajudar na recuperação dos móveis.

Em época de chuvas, dona Maria e seus familiares não podem sair juntos ao mesmo tempo.
“Não pode sair não. Em tempos de chuva, não podemos sair juntos. Sempre tem que ficar uma pessoa aqui”.

Entramos em contato com a Prefeitura de Cosmópolis, indagando sobre soluções para o problema, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta.

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