12/11/2020

Nível de represa atinge 10% da capacidade em Cosmópolis

Secretário de Saneamento Básico de Cosmópolis declara que somente chuva pode ajudar neste momento

Da redação

A escassez de água na represa do rio Pirapitingui chegou ao conhecimento de muitas pessoas em Cosmópolis. Fotos, vídeos aéreos e muitas informações circulam pelas redes sociais falando da atual situação do manancial que abastece a cidade.

O Portal Cosmopolense entrevistou nesta semana o secretário de Saneamento Básico de Cosmópolis, Alexandre Francisco de Almeida. Ele revelou na conversa que a porcentagem de água que está armazenada na represa é de 10%, e que a situação é preocupante.

O novo secretário, que está na pasta desde o segundo semestre de 2020, disse que por conta da falta de água o sistema de captação está atingindo a metade do que sempre retirou da represa. Em entrevista, ele também respondeu o porquê que bairros como Parque Ester, Vila Cosmo, Jardim Cosmopolitano estão sem água.

Acompanhe a entrevista:

Cosmopolense: Qual a situação da represa de Cosmópolis?
Alexandre: Nós permanecemos com 10% de água, temos dificuldade em captar. Por que? A nossa estação está preparada para atender a cidade de Cosmópolis. Só que não temos a matéria prima: a água para tratar e distribuir para a cidade.

Cosmopolense: O problema está na distribuição da água?
Alexandre: Eu não tenho a água na quantidade de 900 metros cúbicos (por hora) para abastecer a cidade. Estamos captando na faixa de 500 (metros cúbicos). Estou negativo.

Cosmopolense: Porque a água não está chegando em bairros como Parque Ester, Vila Cosmo e região?
Alexandre: Aí o que tenho que fazer, eu paro o bombeamento da cidade para eu recuperar o meu depósito, pois ele seca. Por isso o problema que está dando de a água não chegar até os pontos mais longínquos. Quando eu paro o bombeamento, eu perco toda a pressão e pressurização do sistema. Quando eu ligo começa tudo de novo.
Quem está mais longínquo tem este problema, infelizmente. Estamos tentando da melhor maneira possível abastecer a população com carro-pipa, pois a responsabilidade do DAE é que não podemos deixar a população sem água”.

Cosmopolense: Por estar captando água de um local onde há mais sedimentos, de fundo da represa, a qualidade da água também é comprometida?
Alexandre: Mantenho a qualidade da água de Cosmópolis. Está na mesma maneira que antes da crise hídrica. Hoje eu estou tendo mais trabalho para se tratar a água, estou consumindo mais insumos, mas o nosso laudo de potabilidade continua o mesmo. Inclusive a Ares (PCJ – Agência reguladora da água na região), na semana passada, e consta potabilidade perfeita”.

Cosmopolense: Nesta semana foi constatada pela nossa reportagem que foram feitas algumas interferências no rio Pirapitingui – embaixo da ponte da SP-332 e na antiga colônia do Saltinho. Por que foi necessário fazer isso? E vocês possuem a autorização de órgãos ambientais para realizar este trabalho?
Alexandre: Na verdade não foi modificação. Na verdade foi em alguns pontos da calha do rio que tinha uma espécie de “barranquinho”, nós raspamos aquele para que o fluxo de água passar e chegar até a represa. Não é uma barreira natural, é um pequeno “morrinho” que nós tiramos eles que estava represando. Em nenhum momento foi feita a derrubada de mata ciliar, de mudança de curso do rio.

Cosmpolense: Na última sessão falou-se muito sobre o tal desassoreamento da represa do Rio Pirapitingui. Porque a Prefeitura de Cosmópolis não fez uma obra desta na represa há um tempo atrás. É necessário?”
Alexandre: “Esta parte seria mais do [ da Secretaria Municipal de] Meio Ambiente, do meu amigo secretário Fernando. Mas pelo pouco que entendo desta parte, você tem que ter licença também. Nós não podemos entrar dentro de uma represa e remover [terra]. E hoje não se pode fazer. Porque? Este assoreamento que tem hoje lá, se você tirar aquela matéria que existe lá no fundo, você vai tirar todo o restante de água que tem lá. Temos que fazer? Temos! Mas temos que fazer estudos, licenciamentos… não é chegar agora lá e tirar. Temos também que ter um destino para aquele material. Mas, vamos seguir a lição que estamos passando. Isso sirva de lição para que futuramente não pequemos mais”.

Cosmopolense: O que é preciso para melhorar esta situação?
Alexandre: “Chuva, o que nossa cidade precisa de chuva. Mas peço à população que não lave calçadas, ruas e automóveis. Esta água sua está fazendo muita diferença aqui”.

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