16/05/2019

MP faz buscas em cooperativa de trabalhadores de Cosmópolis

Líder da cooperativa, que está foragido, faz ‘live’ e diz que se entregará à polícia na segunda-feira (20)

Da redação

Um homem foi preso e vários documentos apreendidos em uma operação do Ministério Público de São Paulo na tarde desta quarta-feira (15) em Cosmópolis. O alvo das investigações é uma cooperativa de trabalhadores, que fica na rua Otto Herbst, no Centro de Cosmópolis, que segundo o MP e a Polícia Civil, é investigada desde o ano de 2018.

Segundo o delegado de polícia de Paulínia (SP), Rodrigo Galazzo, o grupo é acusado de obrigar empresas, que atuam como terceirizadas na Refinaria de Paulínia (SP), à contratação de pessoas ligadas à esta cooperativa. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Paulínia (SP), Elizaman Lopes, foi preso ontem durante a operação em um shopping da cidade.

“Esta investigação é uma investigação que se iniciou já há alguns meses no sentido de coibir cooperativas que agiam no sentido de coagir empresas terceirizadas que prestam serviços para a Petrobrás que eles ameaçavam estas empresas para contratação de pessoas ligadas à estas cooperativas”, disse o delegado de Paulínia (SP), Rodrigo Galazzo.

Na operação, duas viaturas do Grupo Armado de Repressão à Roubos e Assaltos, o GARRA, estavam em frente à delegacia com apoio da Guarda Municipal de Cosmópolis.  Muitos documentos e computadores foram levados pelos policiais, que estavam fortemente armados, para a condução das investigações. Um homem foi detido pela Polícia Civil suspeito de ter avisado o líder da cooperativa da operação policial que acontecia no local. O líder da cooperativa de Cosmópolis, Adriano de França, tem um mandado de prisão temporária em seu desfavor, e é considerado foragido pela Polícia Civil.

Em entrevista coletiva, o delegado de Paulínia, Rodrigo Galazzo, disse ainda que está investigando se há algum retorno financeiro dos contratados para os investigados. “Se existe algum retorno financeiro, em relação aos contratados para com os líderes, não há elementos ainda. Está sob investigação e em uma segunda fase vamos identificar todos os envolvidos e se havia outras vantagens recorrentes dos cargos ocupados”, explica o delegado de polícia.

Segundo o delegado, com base na documentação e fichas de pessoas que foram contratadas por meio das cooperativas, a Polícia Civil entrará na segunda fase da operação para descobrir de que forma estes trabalhadores foram contratados. Em frente ao local, muitas pessoas acompanhavam a operação da Polícia Civil, um deles, o meio-oficial de caldeiraria Leonardo Pereira dos Santos, disse que expedição do mandado de prisão contra Adriano é arbitrária.

“Eu acho injusta esta prisão. Pois o cara ajuda a gente, não está estragando ninguém. Eu moro em Cosmópolis há muitos anos e nunca ‘fichei’ na refinaria. E os caras vão querer prender um cara que corre atrás de emprego para o trabalhador? Eu acho errado”, disse Leonardo.

Líder da cooperativa faz ‘live’ e diz que se entregará à polícia na segunda-feira

Nesta quinta-feira (16) – em uma ‘live’ pela rede social Facebook – o líder da Cooperativa de Trabalhadores de Cosmópolis, Adriano Luiz de França, disse que se entregará à Polícia Civil na próxima segunda-feira. Adriano disse que considera injusta e se diz perseguido por ‘empregar pais de família que se encontravam desempregados’. O líder disse que não se considera foragido e que está preparando sua defesa. “Sabe por que eles estão incomodados? Pois não cobramos nada de ninguém. Cobramos suor, trabalho…”, alega Adriano.

Durante o vídeo, que durou pouco mais de 24 minutos, o líder da cooperativa defende o ex-secretário Elizaman de Jesus Lopes, e diz que Lopes é vítima de perseguição política desde quando era assessor de um vereador de Paulínia.

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