01/11/2018

Moradora de Cosmópolis luta para não vender porca de estimação

Animal é atração de turistas e curiosos no município

Da redação

Podia ser um cão, um gato, um peixe ou até um papagaio. Mas não, o animal de estimação de Sônia Mamedes, de 55 anos, é uma porca. Tudo bem que na residência humilde existem alguns cães e gatos, mas nenhum chama tanto a atenção como Jade. A casa fica em Cosmópolis e é conhecida pela vizinhança por sua habitante não convencional.

Ao ser chamada pela dona (sim, ela reconhece quando a chamam pelo nome), Jade aparece lá no fundo do quintal. Primeiro dá para ver a cabeça, com seus dentes amarelos e grandes. Logo depois o largo corpo se apresenta, um tanto desengonçado e se locomovendo devagar. Sônia não pensa duas vezes e já faz um afago nas costas peludas do bicho (talvez, neste caso, não seja propício chamar de lombo).

A primeira vez que Jade cruzou o caminho de Sônia foi há sete anos. “Eu sempre quis ter um bichinho desses, e daí meu cunhado trouxe um porquinho, mas era muito bravo e teve de ser devolvido. Depois ele trouxe a Jade, que tinha quatro dias de vida”, relembra. “Pensei que ela não ia crescer tanto, mas foi ficando assim, né, porcão?”, conta enquanto acaricia as bochechas rosas e gordas do animal.

O papo com Sônia é embalado pela voraz mastigação de Jade, enquanto traga um punhado de mangas. Os caroços ela cospe, intactos e limpos. “Ela não come tanto, gasto uns 10 reais por semana”. A porca não fica só no quintal, como explica a dona. “Ela entra em casa igual aos outros bichos. Sobe no sofá, abre os armários. Um dia ela roubou um saco de farinha e sujou a casa toda”, reveza, entre risadas e lembranças.

Viúva,  dona Sônia, além dos tantos animais , divide a casa com três netos. Todos vivem em harmonia. “A Jade não é brava, mas se ela não gostar de alguém, pode dar cabeçadas”, adverte. O bicho, que nunca foi pesado, não exala nenhum cheiro. “O maior problema é a urina, mas ela em si é cheirosa. Damos banho com a vassoura”, explica.

Um novo capítulo, porém, põe em risco a convivência de Jade no município. Um fazendeiro se dispôs a pagar R$ 1 mil pelo animal. Sônia, que é diarista, mas desempregada, precisa do dinheiro.

No entanto, vai ser difícil convencê-la de dar adeus à companheira. “Meu maior medo é que ela morra de tristeza, pois sempre viveu aqui. Por mais que a situação esteja ruim, não há dinheiro que pague o valor dela”, conta emocionada ao encarar os olhos da porca. A encarada, porém, não dura muito. Jade já devora outra manga.

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