03/02/2021

Hérnias abdominais podem levar a complicações sérias

O Centro Médico é referência na cidade de Artur Nogueira e Cosmópolis há 25 anos, atendendo mais de 20 especialidades, com diversos tipos de terapias e exames

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A hérnia da parede abdominal é uma doença muito comum, que pode estar presente ao nascimento (congênita) ou pode se desenvolver ao longo da vida (adquirida). A definição de hérnia é a saída do conteúdo de uma cavidade para fora dessa cavidade. No caso específico do abdome, é a saída de conteúdo abdominal (gordura, intestino, bexiga etc) para fora da cavidade abdominal. As hérnias mais comuns são: umbilical, inguinal (virilha), epigástrica, incisional e recidivada. Existem outros tipos mais raros, como hérnia de Spieghel e lombar. As hérnias são designadas conforme o local em que aparecem: umbilical – umbigo; inguinal – região inguinal; epigástrica – região epigástrica (acima do umbigo) ou também pela sua etiologia: incisional – após uma cirurgia prévia; recidivada – quando a hérnia já foi operada, mas voltou.

Basicamente, a hérnia é um defeito na aponeurose, isto é, uma perda de continuidade da mesma. Essa aponeurose é como um ”couro” que reveste toda nossa cavidade abdominal. Porém, devido a fatores de risco específicos e predisposição genética, ela se rompe ou fica muito frouxa, surgindo então uma hérnia. Os fatores de risco para a hérnia da parede abdominal são: história familiar de hérnia, doenças do colágeno, esforço físico, obesidade, tabagismo e idade > 45 anos. Por fim, vale citar que a hérnia é uma doença benigna, que pode apresentar complicações, como encarceramento (fica pra fora e não volta) e estrangulamento (conteúdo dela necrosa), mas que muitas vezes, mesmo sem apresentar essas complicações, leva à limitação funcional, isto é, limita os pacientes para atividades físicas e mesmo atividades de vida diária, podendo ser acompanhada de dor. Muitas vezes não é uma doença que leva à morte, mas sim à incapacidade funcional.


Tipos

Hérnia Umbilical A hérnia umbilical pode estar presente desde o nascimento ou surgir ao longo da vida. Ela se apresenta como um abaulamento (levantar uma bola) no umbigo e dor ao redor do umbigo, que piora aos esforços. Ela varia desde poucos milímetros até centímetros. Ela costuma aparecer em mulheres que engravidaram (devido à
distensão abdominal da gestação) e pessoas com obesidade central (gordura abdominal). Quando ela é muito pequena e não permite que saia conteúdo abdominal e não apresenta sintomas, como dor, muitas vezes, não é necessário tratamento. Porém, por se tratar de um defeito mecânico, isto é, uma abertura na aponeurose, ela não vai fechar sozinha, porém pode ficar estável por muitos anos. Por outro lado, quando a hérnia é grande e permite a saída de conteúdo abdominal por ela ou ela se apresenta com sintomas, o tratamento está indicado. O tratamento consiste
em uma cirurgia.

Há dois modos de corrigir essa hérnia: sem tela (apenas rafia) ou com tela. A indicação de tela é nos casos de hérnias grandes (> 3 cm), pacientes obesos, tabagistas e hérnias recidivadas (já operadas, mas que voltaram). Hérnia Inguinal A hérnia inguinal surge na região da virilha (região inguinal). Ela pode estar presente desde o nascimento ou surgir ao longo da vida. A região inguinal é um local comum de hérnias, devido a uma fraqueza natural nessa região – o orifício mio pectíneo de Fruchaud. Esse orifício compreende toda a região inferior do abdome até a coxa, sendo um local que não apresenta musculatura, apenas aponeurose. Isso existe nos seres humanos devido a dois motivos: pelo fato de andarmos em pé e para permitir que o abdome inferior distenda durante a gestação. Sendo assim, como essa região não apresenta musculatura, ela depende estritamente da aponeurose.

Os sintomas mais comuns da hérnia inguinal são: abaulamento na região inguinal, que piora com os esforços, e dor local. A indicação cirúrgica também é baseada no tamanho e nos sintomas. Vale ressaltar que há 3 tipos de hérnia que podem aparecer nessa região: hérnia direta – fraqueza da parede abdominal; hérnia indireta – canal comunicando o abdome com o testículo / grandes lábios, na mulher; hérnia femoral – surge na região da coxa. O tratamento da hérnia da região inguinal é cirúrgico. Ele consiste no reparo da hérnia e no reforço dessa região toda (orifício mio pectíneo de Fruchaud) com uma tela. Essa cirurgia pode ser realizada de forma convencional (aberta), por vídeo laparoscopia ou por cirurgia robótica. O benefício da cirurgia vide laparoscópica e robótica é a recuperação, pois se trata de menor trauma cirúrgico, com cortes menores e menos dor. Hérnia Epigástrica A hérnia epigástrica é a hérnia que surge na região epigástrica do abdome (acima do umbigo na linha média).

Ela pode se apresentar como única ou múltipla, podendo estar associada com hérnias umbilicais. Geralmente são hérnias dolorosas, devido à saída da gordura pré-peritoneal (gordura da própria parede abdominal) pelo seu orifício, causando dor. As indicações para correção são: tamanho grande e dor. O tratamento é cirúrgico, sendo que dependendo do seu tamanho, pode ser realizada apena rafia ou correção com colocação de tela.

Hérnia Incursiona

A hérnia incisional é a hérnia que surge em qualquer local onde ocorreu uma incisão prévia (cirurgia prévia). Acredita-se que ela seja decorrente de uma falha na cicatrização da aponeurose. Considerando que a aponeurose foi fechada (suturada) na cirurgia anterior, porém devido a problemas de cicatrização, hematoma, infecção de ferida operatória, esforço físico no período de recuperação, essa aponeurose abriu, dando lugar a uma hérnia – abertura na aponeurose. Ela pode se apresentar em qualquer lugar do abdome, onde houve uma cirurgia prévia e pode apresentar diversos tamanhos, a depender do quanto abriu da aponeurose e do tempo em que ela está presente, pois ela tende a aumentar de tamanho ao longo do tempo. Sendo assim, levando em conta seu tamanho e sintomas, o tratamento pode estar indicado. Mais uma vez, o tratamento é cirúrgico, consistindo na correção do defeito
propriamente dito além do reforço com uma tela.

Hérnia Recidivada

A hérnia recidivada é aquela que surge após uma cirurgia para correção de uma hérnia prévia. Por exemplo, o paciente operou uma hérnia umbilical, porém ele ganhou peso após a cirurgia e a hérnia voltou no umbigo. Sendo assim, chamamos essa hérnia de recidivada. Os mecanismos que levam à hérnia recidivada são os mesmos da hérnia incursiona. Por se tratar de uma hérnia que já foi corrigida e voltou, a cirurgia é individualizada para cada caso, sendo selecionada a melhor técnica e melhor local para a colocação da tela.

Diástase do Músculo Reto Abdominal

A diástase do músculo reto abdominal é definida como um afastamento das bordas do músculo reto abdominal na linha média maior que 2,2 cm, sendo caracterizada por abaulamento no abdome, acima do umbigo, quando o paciente contrai a musculatura abdominal ou aumenta a pressão intra-abdominal. É muito comum sua confusão com as hérnias. A diástase não é uma hérnia, isto é, não existe um defeito na aponeurose, mas sim um afastamento dos músculos apenas. Geralmente ela surge durante a gestação ou ganho de peso, regredindo quando do término da gestação ou perda de peso, porém até um terço dos casos podem ficar permanentes. Ela não apresenta sintomas (não causa dor) e não apresenta riscos para a saúde, tendo estritamente um caráter estético. A sua associação com as hérnias abdominais é comum, pois tal como ocorre com as hérnias, a diástase surge de uma fraqueza da parede abdominal. O tratamento da diástase pode ser realizado isoladamente, junto com a correção de hérnias ou associado a uma abdominoplastia (dermolipectomia). A indicação de correção da diástase com hérnia sem dermolipectomia é restrita aos casos sem excesso de pele e pode ser realizado pela via convencional ou por vide laparoscopia ou robótica. No entanto, nos casos em que existe um excesso de pele abdominal, a indicação é de dermolipectomia.

Tratamento

O tratamento das hérnias da parede abdominal, quando indicado, é basicamente cirúrgico. A cirurgia consiste em fechamento do defeito na aponeurose (orifício da hérnia) e, quando indicado, colocação de uma tela de reforço. Essa cirurgia pode ser realizada pela técnica convencional (corte normal na pele), cirurgia vide laparoscópica e cirurgia robótica. As vantagens da cirurgia vide laparoscópica em relação à convencional é ter menos dor, cortes menores na pele (resultado estético melhor) e menos complicações relacionadas ao procedimento, tais como: seroma (acúmulo de líquido proveniente da gordura), hematoma e infecção. Além disso, existe a cirurgia robótica como opção também, sendo que ela é indicada nos casos de hérnias mais complexas e que exigem um reparo maior (realização de suturas). Os benefícios da cirurgia robótica sobre a laparoscópica é essencialmente a possibilidade de realizar essas suturas, quando a cirurgia laparoscópica não permitiria.

Texto escrito pelo Dr. Jefferson Kalil, médico, cirurgião geral, cirurgião do aparelho digestivo, cirurgião vide laparoscópico e robótico, com formação especializada no tratamento das Hérnias da Parede Abdominal.
Centro Médico


Centro Médico é referência na cidade de Artur Nogueira e Cosmópolis  há 25 anos, e agora com três unidades atendendo mais de 20 especialidades, com diversos tipos de terapias e exames.


Centro Médico de Artur Nogueria unidade 1 está localizado na  Rua Araras, 439, Jardim Blumenau – Artur Nogueira/SP.  Telefones: (19) 3827-4046 / (19) 3827-3412.

Centro Médico de Cosmópolis unidade 2 está localizado na Rua Max Herget, 950, Jardim Bela Vista – Cosmópolis/SP. Telefone: (19) 3812-9300.

Centro Médico de Cosmópolis unidade 3 está localizado na Rua Ramos de Azevedo,  57, Jardim Bela Vista – Cosmópolis/SP. Telefones: (19) 3812-2341 (19) 3812-2263.


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