01/11/2019

Há 50 anos cosmopolense era campeão paulista pela Ponte Preta

Spana fazia parte do time que tirou a ‘Macaca’ da segunda divisão e levou para a elite do futebol de São Paulo

Henrique Oliveira

Há exatos 50 anos  um cosmopolense fazia história no Estado de São Paulo. Apesar de não ser amplamente divulgado, até mesmo pelo clube, em 31 de outubro de 1969 a Associação Atlética Ponte Preta – Campinas (SP) – conquistava o seu maior feito na história do clube: O Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1969. Este título dava acesso à Divisão Especial do futebol paulista em 1970.

O título que seria hoje o Paulista da A2, é o maior título do time campineiro em toda a sua história de 119 anos. E neste time, que contava com o maior ídolo da Ponte Preta, ‘Dicá’, havia um cosmopolense muito conhecido na cidade: José Geraldo Spana, ou ‘Spana’ para os mais conhecidos.

Este título é memorável para a história da Ponte Preta, já que desde 1960 a equipe campineira tinha o sonho de voltar à elite do futebol paulista, após amargar por 9 anos  e jogar o equivalente à segunda divisão.

Nesta época, sem dinheiro para contratar e fazer um time de estrelas, a diretoria ponte pretana apostou nas categorias de base para tentar conquistar o tão almejado acesso. O ‘Expresso da Vitória’, tinha uma garotada com média de idade de 22 anos. E entre eles estava o jovem Geraldo Spana (22).

Em entrevista para o livro ‘Cosmópolis – de Fazenda Funil à Cidade Universo’, ele conta um pouco de sua história na equipe campineira e como começou a jogar futebol, nos raros campos que existiam na cidade.

Nascido na rua Campinas, Spana começou a jogar futebol pelo Cosmopolitano Futebol Clube e em um jogo amistoso contra a Ponte Preta de Campinas, ele relata que seus pais foram procurados por agentes da macaca para treinar na equipe campineira.

Em 1963, o cosmopolense jogou por três anos no juvenil da equipe. Subindo para o time profissional somente em 1966, com 19 anos de idade. No livro, ele relembra a história do título com saudades e menciona os craques que com ele fizeram história na Ponte Preta. Tais como Dicá, que é o maior artilheiro da Ponte Preta e Nelsinho Baptista, que jogou no São Paulo e foi técnico no Brasil e no Japão.

Quando chegou a subir para o time profissional da Ponte Preta, Spana também amargou os momentos mais difíceis da equipe campineira. Ficou por muitos anos sem ganhar de seu maior rival, o Guarani. No entanto, teve ajuda de um jogador chamado Geraldo Scotto, que simulou uma contusão em um dos treinos para deixar a vaga para o jovem Spana jogar o seu primeiro ‘Derby’ diante de sua torcida.

Embora, como de costume, um jogo muito difícil, a Ponte Preta empatou no Estádio Moisés Lucarelli (Majestoso) e Spana foi expulso de campo após uma confusão com o bugrino Nelsinho.

Mas não pense que o campeonato de 1969 foi fácil do início ao fim à Ponte Preta. Na primeira fase, o time alvinegro passou fácil pelos seus algozes. Com 100% de aproveitamento, a Ponte ganhou de todos os times na primeira fase. Vindo a empatar na segunda fase e ter sua primeira derrota no quadrangular final, ou seja no último jogo diante da Francana, no dia 31 de outubro de 1969, onde sagrou-se campeão pelo saldo de gols.

Mas o grito de campeão somente saiu das gargantas dos ponte pretanos depois de duas semanas. Pois havia vários pedidos de reconsiderações no Tribunal de Justiça Desportiva sobre a escalação da Ponte Preta de um atleta. Mas o TJD/SP atestou a Ponte Preta campeã daquele ano.

“No ano seguinte, em 1970, a Ponte sagrou-se vice-campeã do Campeonato Paulista (já na divisão de elite) e foi o primeiro time do interior a participar do [Campeonato] Brasileiro. Foi a sensação daquele paulista, invicta em todo o primeiro turno”, diz Spana em entrevista ao escritor Mano Fromberg.

Hoje, Geraldo Spana é empresário em Cosmópolis e foi um incentivador do futebol amador da cidade. Com sua empresa, sempre financiou materiais esportivos e bolas para as equipes.

Imagens e algumas informações: Reprodução GloboEsporte.com
Bibliografia: ‘Cosmópolis – de Fazenda Funil à Cidade Universo’ – Mano Fromberg, Ana Maria Barbosa e Sérgio Fromberg.

Na foto de capa. Em pé, da esquerda para direita: Teodoro, Wilson, Samuel, Nelsinho, Santos e Geraldo Spana. Agachados: Alan, Dicá, Manfrini, Roberto Pinto e Adilson.

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