15/02/2020

Grande fila e gás à R$40 acaba rapidamente em Cosmópolis

Ato realizado por petroleiros, visa alertar sobre o que eles chamam de ‘perigo da privatização’ da Petrobrás

Da redação

Uma grande fila se formou antes mesmo do caminhão com os botijões de gás chagar. Todos eram moradores da região que viram neste ato político uma oportunidade de comprar um botijão de gás com quase metade do preço nos depósitos da cidade.

Na tarde da última quinta-feira (13), o Sindicato dos Petroleiros de Campinas e Região (Sindipetro) realizou um ato político em Cosmópolis para alertar, no que eles chamam, de perigo de privatização das refinarias da Petrobrás pelo Brasil.

O evento que aconteceu no residencial Rossetti (na avenida da Saudade) foi comandado pelos petroleiros que estão em greve, na sua grande maioria, trabalhadores da Refinaria de Paulínia, Replan.

No ato político, foram vendidos 100 botijões de gás (de 13 quilos) ao preço de R$40 aos moradores dos bairros vizinhos ao ato público.

Muitos moradores comemoraram a venda do gás e diz ser a favor de que o valor do produto seja mais condizente com a situação da população.

“Eu acho um absurdo o valor do gás de cozinha. Pela Petrobrás ser aqui [próximo à Cosmópolis], muito caro para a gente. Eu achei uma excelente idéia. Pois isso favoreceu muitas pessoas que não tem condições de comprar gás por 70 ou 80 reais”, diz a promotora de ventos, Íris do Nascimento.

Arthur diz que o ato é por conta da greve dos petroleiros que estão chegando aos 10 de dias de paralização.
“O ato hoje tem o objetivo de mostrar à população porque que a galera está pagando tão caro no gás. Este ato é dentro da greve dos petroleiros, uma greve que é contra as demissões que estão acontecendo lá no Paraná, numa fábrica de fertilizantes onde a Petrobrás quer demitir sumariamente 400 pessoas”, diz o diretor do Sindipetro, Arthur ‘Bob’ Raguza.

Arthur explica o porque que o preço do gás de cozinha está com um preço que pode chegar à R$80 um botijão de 13 quilos do produto.

“O preço é muito alto. Isso é o preço de paridade de importação. É um preço que considera o valor de um barril de petróleo, o valor do dólar e as taxas de importação. Hoje tem gasolina, gás e diesel ‘gringo’ chegando no Brasil e sendo vendido mais barato que o preço da Petrobrás”, alega o diretor.

O diretor da Sindipetro diz que o fato do preço estar alto é proposital para que se privatize as refinarias da estatal brasileira. Os sindicalistas dizem que os trabalhadores não deixarão a Petrobrás ser privatizada.

“É um absurdo o que ela [Petrobrás] está fazendo, mas tudo se relaciona. Ela usa este preço artificial para dar prejuízo, para as fábricas ficarem numa situação ruim, daqui a pouco ela vai vender estas fábricas para empresas de fora. Daí tem tudo a ver, vai ter que demitir, enfrentar os trabalhadores… “, alerta Raguza.

Imagens: Eric Gonçalves/Sindipetro(SP)

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