Ex-secretário não responde à perguntas de vereadores na CEI de Cosmópolis

Henrique Oliveira

O ex-secretário de Saneamento Básico Celso Evangelista Martins prestou um depoimento na Comissão Especial de Investigação na Câmara Municipal de Cosmópolis na noite desta terça-feira (21). O momento durou pouco mais de 10 minutos, porém, ele não respondeu aos questionamentos dos vereadores.

O ex-secretário foi convocado pelo presidente da CEI, Humberto Hiroshi (PT), e, no primeiro momento de sua fala, Evangelista deixou claro que não iria falar pois – segundo ele – não poderia desobedecer a uma decisão judicial.

“Em respeito às instituições e a esta Casa de Leis, quero esclarecer a vocês que o processo de investigação corre em segredo de justiça. Ou seja, eu não posso ficar passando uma informação porque a justiça assim disse. Que a gente estaria proibido de fazer qualquer tipo de comentário. Então queria pedir aos senhores que não vou responder, não é porque não quero, é porque a justiça assim determinou. E eu não posso descumprir uma ordem judicial”, diz Celso.

O ex-secretário de José Pivatto, disse que se permaneceria em silêncio, cumprindo assim uma determinação judicial.
Alguns vereadores fizeram perguntas ao ex-secretário que não respondeu nenhuma delas.

Vereador Edson Leite: “Como o senhor já disse que vai permanecer calado, um direito que o senhor tem. Mas não só um direito nosso, mas também um dever, de questionar e perguntar, mas eu queria fazer uma simples pergunta: O senhor tem alguma informação que possa mudar o curso, o resultado da Polícia Federal através da doutora Melissa através daquele parecer final?
Celso Evangelista: “Não!”

Vereador Doutor Eugênio: “Gostaria de falar que outras pessoas que passaram por aí falaram. Talvez seja a oportunidade de você esclarecer a nós vereadores e a população. Tenho algumas perguntas, mas respeito sua resposta.
Qual era seu papel na campanha de 2016 de Pivatto?”.
Celso Evangelista: “Vou permanecer calado!”

Vereador Doutor Eugênio: “O senhor sabe o quanto foi arrecadado na campanha de 2016 de Pivatto?”
Celso Evangelista: “Vou permanecer calado”.

Vereador Doutor Eugênio: “O senhor conhecer o Carlos e Isaías desde quando?”
Celso Evangelista: “Vou permanecer calado”.

Vereador Renato da Farmácia: “Vou fazer uma pergunta pra deixar registrado, mas sei que ele não vai responder: A pergunta que não quer calar na cidade, a Polícia Federal disse que tinha dinheiro naquela mochila, o que tinha naquela mochila?”
Celso Evangelista: “Vou permanecer calado”.
Vereador Renato da Farmácia: “O senhor foi afastado por ordem judicial ou desligado pelo prefeito [do cargo de secretário de saneamento básico]?”
Celso Evangelista: “Eu fiz uma opção de falar somente em juízo. Eu vou cumprir isso”.

Presidente Humberto Hiroshi: “Naquela foto que foi tirada pela Polícia Federal, o senhor estava com uma mochila na cor azul onde foi dito que havia, naquela mochila, materiais de campanha ou materiais escolares. Procede isso?”

Celso Evangelista: “Vou me manter calado, exercendo meu direito de falar somente em juízo”.
Presidente Humberto Hiroshi: “Pois nós tivemos aqui o depoimento do ex-secretário [de educação] Paulo e o mesmo disse que todo material escolar e amostras e até mesmo algum tipo de agrado que as empresas dão para funcionários da Secretaria de Educação, é dado em grande quantidade para ser distribuído nas escolas. O senhor tem conhecimento disso?
Celso Evangelista: “Vou permanecer em silêncio exercendo meu direito de falar somente em juízo”.

Os vereadores Rafael Piauí (PT), Eliane Lacerda (PV) e Cristiane Paes (PT) optaram por náo fazer nenhum tipo de pergunta ao ex-secretário de Saneamento Básico, Celso Evangelista.
Após os vereadores fazerem as perguntas, o presidente da CEI encerrou a participação de Evangelista e a sessão terminou.

Celso Evangelista Martins foi secretário de Saneamento Básico do governo de José Pivatto, na época do PT, e foi exonerado do cargo na época do início das investigações da Operação Prato Feito, deflagrada em Cosmópolis pela Polícia Federal.
O prefeito José Pivatto é um dos investigados pela PF na operação sob suspeita de favorecimento de contratos na pasta da educação em um adendo feito pelo prefeito na licitação de uma empresa que fornecia material didático à Cosmópolis.

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