21/04/2021

Dia da PM é comemorado neste 21 de abril: conheça a história de dois policiais

Cabo e Capitão contam suas experiências como policiais militares e ocorrências que marcaram nestes mais de 20 anos na PM


Henrique Oliveira

Sair de casa para enfrentar os maiores problemas de uma cidade. Deixar sua família, dias de encontros e festas para se trabalhar em prol da sociedade. Este é o que carrega o policial militar ao vestir a sua farda e entrar em uma viatura para trabalhar. Nesta quarta-feira (21), feriado nacional de Tiradentes, é o dia da Polícia Militar em todo o Brasil.

Por isso, o Portal Cosmopolense, conversou com dois policiais militares que expuseram todo o sentimento de ser PM no Estado de São Paulo. Um deles é o Cabo PM Devanir que há um pouco mais de 24 anos trabalha em Cosmópolis e hoje, no quadro de praças e oficiais da Terceira Companhia da Polícia Militar de Cosmópolis, é o policial com mais tempo de casanas três cidades que compõem a companhia: Cosmópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho.

Sobre sua carreira policial, o que é comum dentro de famílias, é que o filho siga a carreira do pai. O cabo da Polícia Militar, diz que em sua família não havia nenhum policial. E que sua vontade de seguir carreira na polícia vem desde criança.
“Eu sempre achei muito bonito… claro que a gente tem aquela coisa de criança. mas quando vai se tornando adolescente, você começa a entender um pouco mais, eu vi que era isso mesmo que queria fazer. Sinto muita satisfação no que faço”, expressa.

E nestes vinte e quatro anos, de policial somente na cidade, classifica uma ocorrência como a que o marcou em toda sua carreira policial: “Uma que mais me marcou? Foi quando eu e meu parceiro fizemos um resgate de um menino que caiu em um poço (no bairro Campos Sales) que tinha 18 metros de profundidade e oito metros de água, que cobria o menino. E já fazia mais de 10 minutos que ele tinha caído. Em sua casa só tinha um homem e a mãe do menino. De imediato fomos até o local, na área rural, conseguimos tirar este menino de dentro do poço, realizamos o primeiro atendimento no local, ele voltou a respirar, levamos ele ao Pronto-Socorro, e ele sobreviveu. Isso me marcou bastante”, relata Devanir contando que a viatura que os levou até o local, em meados 1998 ou 1999, era um Volkswagen Fusca, que era comum ser utilizado como viatura.

Aos 45 anos, o cabo chegou em Cosmópolis em março de 1997 e desde este tempo não saiu daqui. Nascido em Marialva, estado do Paraná, foi criado no município de Sumaré (SP), por estar há tantos anos na cidade, já se considera um cidadão cosmopolense.
“Eu me classifiquei aqui e quando a gente começa a trabalhar, começa a criar raízes, amizades, e a gente vai ficando né? Eu gosto muito desta cidade”, argumenta Devanir sobre sua permanência em Cosmópolis.

Levar o nome da Polícia Militar do Estado de São Paulo para Devanir tem algo especial. Para o cabo da PM, saber que está trabalhando em prol da sociedade, do bem comum de uma cidade, ou região por exemplo, o deixa motivado.
“Tem até um ditado que diz: ‘A gente entrega o corpo e a alma para defender o próximo’. E fala que no juízo final Deus diz que ‘nós podemos caminhar em paz pelo paraíso que nós já passamos pelo inferno. A nossa sociedade é difícil de lidar. Mas nós temos que ter paciência, e com profissionalismo a gente consegue vencer”, finaliza.


Comandando a Terceira Companhia de Polícia Militar de Cosmópolis, administrando a segurança pública de três cidades, Capitão PM Aguinaldo tem um trabalho muito grande em manter os índices de criminalidade baixo, manter a sociedade segura e e ser o pai de mais de 100 policiais, entre homens e mulheres, em três municípios, que como ele mesmo diz, ‘contém suas particularidades’.

Há quase vinte anos na PM, Aguinaldo é formado pela Academia Militar do Barro Branco, em São Paulo (SP), a academia que forma oficiais da Polícia Militar no Estado de São Paulo. “Caí de paraquedas na PM”, diz o comandante após ser preguntado sobre o que o motivou a entrar na carreira policial.

Trabalhando na área de informática, Aguinaldo foi informado por um colega de trabalho sobre a academia da Polícia Militar. Aguinaldo conta que o irmão deste colega estava cursando a academia e que gostava muito da forma do ensino na instituição. Após pesquisas sobre, Aguinaldo disse que aprovou e que ingressou na carreira.

Sobre sua carreira, e o seu dia a dia de trabalho, Aguinaldo classifica sua paixão pelo trabalho como ‘estar no sangue’. Para ele, o trabalho policial é cativante, fazendo perder dias de folga para auxiliar um cidadão, melhorar a segurança de uma determinada região… “Quando trabalhava no setor de inteligência no Batalhão de Limeira, cheguei a ficar dois, três dias fora de casa em diligência. Não sei te explicar de modo objetivo, mas é apaixonante, é muito bacana quando uma pessoa te procura e diz que sofreu uma violência, um roubo, e você consegue o ajudar. Isso não tem preço”, diz o capitão se referindo ao seu trabalho.

Sobre este tipo de ajuda, o comandante diz que certa vez um homem procurou a Polícia Militar alegando que foi roubado seu veículo, uma Brasília e nela estava suas ferramentas de trabalho. Os policiais militares que acompanhavam Aguinaldo que ainda trabalhava no patrulhamento da cidade, conseguiram êxito em recuperar a Brasília e com ela os equipamentos de trabalho do homem.
O capitão relata que são estes tipos de ocorrências, de ajuda mútua, que o motiva a continuar no trabalho que exerce há 20 anos.
“Ele começou a chorar de alegria… como te falei, são estas coisas que não tem preço: a gente poder ajudar as pessoas deste jeito”, lembra Aguinaldo.

Sob o seu comando, Aguinaldo tem mais de 100 policiais militares divididos em três cidades. Perguntado sobre a condução de uma companhia, e seus problemas, o capitão diz que “eu brinco que eu sou o pai e tenho aí mais ou menos 100 filhos pra cuidar”.
“É complicado, né? Cada filho tem sua característica própria, sua forma de pensar. Ainda que tenhamos regras definidas, por conta da corporação, esta questão de foro íntimo muda de pessoa para pessoa. Tenho que saber lidar com isso. Como eu brinco: que bom seria se conseguisse buscar os policiais lá em Marte, né? Eles viriam sem nenhum tipo de sentimento… […] da melhor maneira possível tenho que colocar a pessoa certa na função certa”.

E complementa: “O xis da questão é este, né? Saber compreender as virtudes e as fraquezas que todos nós temos, adequar estes comportamentos à atividade policial, e saber alocar a pessoa certa na função certa”.

Significado da data

A data do dia da Polícia Militar foi conferida em 1946 através de um decreto-Lei que homenageia o patrono da Polícia Militar: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O líder da Inconfidência Mineira era segundo tenente da Força de Segurança do Estado de Minas Gerais, ainda ali província.
Por ter exercido com brilhantismo sua carreira policial, o Alferes Tiradentes foi nomeado como patrono da Polícia Militar no Brasil.

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