04/03/2020

Cosmópolis tem nova secretária de Saúde

O vice-prefeito ocupava a pasta desde o primeiro ano de mandato de Pivatto

Da redação

A Prefeitura de Cosmópolis tem agora uma nova secretária de Saúde, a assistente social Valéria Almeida. Ela assumiu a pasta na última segunda-feira (02) no lugar do vice-prefeito Silvio Luiz Baccarin, que agora só conduzirá a Secretaria de Saneamento Básico.

Valéria trabalha na gestão da secretaria da saúde de Cosmópolis desde 2009 e, de acordo com ela, conhece e acompanha o trabalho desenvolvido pela pasta.

Na última terça-feira (03) ela concedeu uma entrevista coletiva aos veículos de imprensa de Cosmópolis.

Leia a entrevista:

Jornalistas: Qual o primeiro trabalho que desenvolverá frente à Secretaria de Saúde? Valéria: “Eu acho que não existe um primeiro trabalho, existe uma continuidade. Porque como estou na gestão há muitos anos, então só darei continuidade ao trabalho que já vinha desenvolvendo. Que é um trabalho que já desenvolvia em equipe”.

Como a senhora vê a saúde Cosmopolense? Em todos os aspectos. “Eu acho que durante estes três anos nós desenvolvemos um bom trabalho frente à Secretaria de Saúde. O prefeito sempre apoiou muito o nosso trabalho. Eu e a equipe, pois além de mim tem a Telma [Tofanetto], que foi Secretaria de Promoção Social, tem o Rogério Scatena, que veio na direção da atenção básica e essa equipe já tem muitos anos de experiência em saúde. E quando o Baccarin chegou, nesta nova gestão, ele sentou e construiu um planejamento conosco. Que nos permitiu fazer todo o trabalho que fizemos. Nós fizemos um grande investimento na saúde com as consultas, exames, tivemos também grande apoio por parte dos vereadores através das emendas parlamentares que ajudaram muito a trazer recursos para que conseguisse transporte… nós trocamos a nossa frota, a nossa frota estava bem sucateada. Agora com a inauguração do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) em Campinas, que vem trazer vários procedimentos, nós conseguimos através da emenda parlamentar um microônibus para transportar estes pacientes para levar para fazer estes procedimentos. Também conseguimos alguns veículos para transportar pacientes para outras regiões, na saúde, que fornecem procedimentos que até então não é de responsabilidade do município, é do Estado, que são procedimentos considerados de média e alta complexidade. Então muitos exames são realizados em Jundiaí, São Paulo… então nós estamos com estes veículos novos trazendo conforto para o paciente para podermos levá-los à estes procedimentos. Na questão da hemodiálise a gente também melhorou muito a qualidade [do transporte] através da licitação. Hoje nosso transporte que faz a locomoção destes pacientes para o tratamento com hemodiálise são bastante confortáveis, com ar condicionado, pois são pacientes que logo após a hemodiálise passam mal. Então este conforto para eles traz uma melhora na qualidade do atendimento”.

O Coronavírus é uma realidade no Brasil. Muitos casos suspeitos estão sendo investigados na região. Qual o trabalho que a Secretaria Municipal de Saúde fará para lidar com esta nova doença? “Hoje inclusive às 10 horas temos uma web conferência feita com a Secretaria de Estado onde já foram convocados todos as enfermeiras, coordenadoras das unidades de Saúde e a Santa Casa. Então nós participaremos de uma web conferência para saber como vamos lidar com tudo isso para nos organizar, para que atender mesmo que seja um caso que todos saibam como proceder diante destes casos que podem vir a acontecer. Esperamos não. Mas sempre no cuidado com a prevenção. Eu acho que nós da Secretaria temos que realizar o nosso trabalho, capacitando todo mundo para fazer o atendimento e a população fazendo a parte dela que são os cuidados necessários”.

A Saúde Pública no Brasil apresenta várias deficiências. Dentre elas a falta de estrutura em postos de saúde. Como a senhora vê o Sistema Único de Saúde? “Eu ainda considero o Sistema Único de Saúde o melhor sistema. Pois onde você for no país, qualquer problema que você tiver de saúde, você tendo condições ou não, você é atendido. Então nesta questão eu considero o melhor sistema de saúde. Porém, ele tem muitas deficiências: principalmente no que diz respeito à questão financeira. Neste momento nós estamos passando por uma reestruturação financeira, o Governo Federal agora tá mudando a forma de financiamento da atenção básica e isso nos compromete muito diretamente. Hoje se você não informa o Ministério da Saúde exatamente todas as suas ações, você perde recursos e muitas vezes pela falta de informatização os municípios podem se prejudicar com isso. Pois toda e qualquer ação que você fizer dentro de uma unidade de saúde ela tem que ser informada no sistema. Se ela não for informada você não vai receber sobre aquilo. Então todo paciente tem que ser cadastrado e se ele não for cadastrado você [secretaria de saúde] não recebe”.

Nós como imprensa sempre recebemos reclamações sobre a Farmácia Municipal, pela falta de medicamentos e insumos. E também sobre o atendimento do Pronto Socorro da Santa Casa. Como a senhora vai lidar com isso? “Hoje não existe mais falta de medicamentos na Farmácia. Todos os medicamentos padronizados a Farmácia está abastecida, não está faltando. O que pode ocorrer estas reclamações é que a nossa Farmácia dispensa não só os medicamentos padronizados no município como os medicamentos fornecidos pelo programa do Governo do Estado que é o programa excepcional, o antigo alto custo. O que ocorre é que como não somos nós que dispensamos muitas vezes as falta não são dos medicamentos padronizados do município e sim do Estado. E a população não consegue fazer esta diferença: o que é do município e o que é do Estado. O que depende do Estado eu não tenho governabilidade sobre isso. Claro que dentro dos nossos espaços e em reuniões regionais junto ao Estado, os municípios cobram para que este abastecimento esteja regularizado. Porém, não é uma coisa que depende do município e muitas vezes a população está reclamando de uma medicamento que não é do município. E esta diferença de responsabilidades também acontece com consultas. Pois tem consultas especializadas, consideradas de alta complexidade, que o município não tem responsabilidade de ter esta especialidade. Porque são especialidades que demandam uma instituição maior para fornecer. São muito específicas, né? E o município não consegue trazer este especialista. Então existem muitas consultas que nós dependemos do Estado, da Central de Regulação do Estado, como Unicamp, PUCC, aí vai dos hospitais que o Estado possui convênio… como o Estadual de Sumaré, Hospital Regional de Jundiaí. E estas vagas nós dependemos da Central passarem para a gente. E muitas vezes o número não é suficiente para atender a demanda que atende toda nossa região e aqui é muito grande; a Região Metropolitana de Campinas tem mais de 3 milhões de habitantes. E sobre as consultas, nós temos o programa Mais Médicos, que o Governo Federal que fornece, e estamos com defasagem de médicos. Os médicos saíram e estava com uma defasagem de 5 e agora são 6. São médicos que estão no programa, que normalmente conseguem passar em residências e eles acabam saindo do programa para fazer suas residências. Então existe uma demora para reposição destes profissionais e a demora chega a ser de seis meses. E isso reflete no atendimento a atenção básica”.

Nestes tempos de verão muito se fala em combate à Dengue, a Zika e ao Chikungunya. Como a Secretaria de Saúde pode ajudar nestes casos? “Nós temos feito um excelente trabalho no decorrer destes anos todos. Cosmópolis foi um dos municípios que teve o menor número de casos na região e a gente intensifica muito o trabalho de casa a casa; nós temos todas as agentes comunitárias que fazem este trabalho fora as agentes de endemias. Então nós intensificamos muito este trabalho e também pedimos à população que faça a parte dela pois nós dependemos muito da população. Nós fazemos o controle com estes profissionais e também fazendo a intervenção através do veneno. Também nós não podemos fazer isso de forma indiscriminada; nós fazemos em locais que encontramos foco e identificado o foco nós fazemos este trabalho”.

Como a senhora trabalhará na gestão dos recursos da Saúde? “Nós estamos fazendo este investimentos na informatização e também com emendas parlamentares. Nós recebemos muito apoio por parte dos vereadores, é o que eu digo: nós não trabalhamos sozinhos. O prefeito tem feito um bom trabalho no sentido de investir na saúde, o secretário anterior também colaborou muito neste sentido de fazer um planejamento para colocar o recurso onde realmente existia uma necessidade. Prova disso que aumentamos todas as especialidades o número de consultas, os exames… e agora com a vinda destes recursos através de emenda, através da informatização das redes, transmitindo dados das ações do Ministério da Saúde, a gente pretende que estes recursos, apesar de não serem suficientes, nos ajude durante o decorrer deste ano a desenvolver as ações prioritárias”.

Como será a convivência com o Conselho Municipal de Saúde? “Eu fui conselheira municipal de saúde por muitos anos. Então eu tenho uma boa relação com todos os conselheiros. E sempre apoiei o trabalho deles pois o controle social é muito importante, nós precisamos trabalhar juntos para construir a saúde nós dependemos muito também do apoio e do trabalho deles [do Conselho Municipal de Saúde]. Como estive com eles por muitos anos, como conselheira, eu acredito que será uma convivência harmoniosa”.

Sobre a saída do ex-secretário Silvio Luiz Baccarin, porque a necessidade desta mudança? “Na verdade estamos entrando num importante período político e ele pretende continuar, ele vai concorrer as próximas eleições e aí por uma questão de legislação ele teria que se afastar. Porém ele teria que se afastar até início de abril, que é quando começa o período realmente, mas como ele está a frente destas duas secretarias ele achou melhor se ausentar de uma e se preparando. Mas ele continua frente à pasta de Saneamento Básico”.

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