26/02/2021

Cosmopolense espera deitado no chão por transporte em São Paulo

Acompanhante fala em descaso e Prefeitura destaca que a orientação é para que se permaneça dentro do hospital

Da redação

Após ser atendido na Santa Casa de São Paulo, um cosmopolense, na companhia de seu filho, teve que esperar por seis horas, embaixo de uma árvore, o transporte para retornar para Cosmópolis. O fato aconteceu na última quarta-feira (24), e de acordo com seu filho, o homem – que faz tratamento de câncer de próstata – tomou chuva e aguardou por seis horas uma ambulância do município.

A indignação de Tiago Lima da Silva, de 31 anos, tomou as redes sociais. O aplicador conta que por volta das 5 horas da manhã saiu com seu pai para atendimento na Santa Casa de São Paulo, utilizando o transporte de pacientes da Secretaria de Saúde de Cosmópolis. Por ele, estar acamado, foi deitado na maca da ambulância (semi-UTI), e que chegou no horário da consulta com um oncologista (7h45) em frente ao hospital.

Motivo

Ele ouviu do motorista da ambulância, que teria que ir buscar outro paciente, e que às 13 horas estaria de volta para o retorno para Cosmópolis. A consulta do cosmopolense Francisco Ferreira da Silva, de 62 anos, terminou às 9h30, onde, conforme o combinado, aguardou o retorno do transporte frente à Santa Casa.

Tiago relata que Francisco, por conta das fortes dores que sente, teve que deitar no gramado. Assim, esperaram a volta do transporte sob orientação de não permanecer dentro da unidade hospitalar.

“Aí, como estávamos liberados às 9h30 da manhã, até uma hora da tarde, meu pai não estava aguentando de dores. Não se pode ficar dentro do hospital aguardando mais, por conta do coronavírus […] E quando você acaba o atendimento tem que ficar esperando lá fora. A gente estava esperando lá fora, como só tinha banco para sentar, teve que deitar no gramado para ver se amenizava a dor”, relata Tiago.

O filho conta que a ambulância chegou até o hospital, onde eles esperavam, por volta das 15h30; ou seja, seis horas após o término de sua consulta médica na Santa Casa.

Mais gente na ambulância

Na ambulância estava uma mulher com uma criança que veio de outro hospital da capital paulista. Tiago conta que esta mãe viajou até Cosmópolis com a criança no colo em uma cadeira na viatura, considerando que a maca estava sendo ocupada pelo paciente Francisco, que é acamado.

O jovem que muitas vezes acompanha seu pai em consultas médicas, se diz indignado e classifica como descaso, não só contra o pai dele, mas também com a mãe que estava na ambulância.

Descaso

“Eu acho um descaso. Não só com meu pai, mas com a moça que estava com seu filho na ambulância. No mínimo deveria ter uma ambulância só pra ela com o filho dela… Falta gestão, administração, amor pelo próximo… pra mim é isso”, desabafa Tiago dizendo que também sofre com a lotação de ônibus com pacientes para outras cidades.

Segundo o acompanhante, em nenhum momento culpa o servidor municipal; ele acredita que o problema está na gestão dos recursos e da logística do sistema de transporte de pacientes.

Outro lado

A Prefeitura de Cosmópolis, através da Secretaria de Comunicação, diz que a orientação aos pacientes é que aguardem a ambulância dentro do Hospital. E que na data do ocorrido havia sete veículos realizando o transporte de pacientes em outras cidades. Indagada sobre a demora na volta da ambulância, a Secretaria de Saúde relatou que a demora foi por conta de buscar outro paciente em outro hospital da capital paulista.

O Portal Cosmopolense fez contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa de São Paulo, indagando sobre a orientação da unidade de saúde sobre a proibição do paciente em permanecer dentro do hospital, mas até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.

Secretaria responde

Portal Cosmopolense: Há algum protocolo de espera à ser seguido pelo paciente em detrimento a busca de outros em hospitais da cidade?
Secretaria de Saúde: O protocolo é que os pacientes de outros municípios devem aguardar a ambulância dentro do Hospital. Além de esperam uns pelos outros, principalmente em casos inesperados como chuva ou demora na liberação de alta hospitalar.

Portal Cosmopolense: Quantos são os veículos que fazem este tipo de transporte para as cidades onde se encontram hospitais de referência?
Secretaria de Saúde: No total, a Secretaria conta com nove veículos, sendo dois estão em manutenção. Ontem, no dia 24 de fevereiro, havia cinco ambulâncias transportando pacientes para outras cidades. A Secretária de Saúde informa que transporta uma média de 42.556 pacientes por ano (dados de 2020), sendo necessário a cooperação de todos para otimização do serviço.

Portal Cosmopolense: O que aconteceu neste caso específico pelo fato do paciente aguardar muitas horas pelo retorno para a casa?
Secretaria de Saúde: No caso ocorrido, o motorista recebeu a comunicação de uma alta de um bebê e informou o paciente que estava indo buscá-la, devendo o mesmo ficar aguardando nas dependências do hospital.

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