22/01/2020

CEI de Cosmópolis tem depoimento de ex-secretário do governo de Doutor Antônio

Laerte Vasconcelos disse que não entendeu o motivo de estar prestando depoimento

Henrique Oliveira

O ex-secretário de planejamento de Cosmópolis, Laerte Vasconcelos, prestou depoimento na Comissão Especial de Investigação (CEI) na Câmara Municipal de Cosmópolis nesta terça-feira (21).

De acordo com o presidente da Comissão, Humberto Hiroshi, o ex-secretário Laerte Vasconcelos foi intimado pelo motivo de ter sido membro da comissão de licitações da Prefeitura de Cosmópolis na época que foi secretário no município: de 2009 ao início de 2013.

Mas, o ex-secretário, em suas considerações iniciais, estranha o fato de ter sido convocado para prestar depoimento.
“Gostaria só de dizer o que disse ao senhor [se dirigindo ao presidente] quando fui intimado, não entendo o motivo de ter sido intimado mas, diferente de meu antecessor aqui no microfone, eu vou me reservar o direito de falar. Pois não tenho nada a esconder e não participei de governo nem com o senhor José Pivatto nem com Celso Evangelista e nem com nenhuma destas figuras”.

E deixou uma dica aos vereadores: “Só cuidado com a pergunta que me faça pra não ter a resposta que não querem. Só isso. Fiquem a vontade e eu estou aqui pra falar tudo o que tiver de falar”, exclama Laerte.

Vereador Edson Leite: “Dependendo da pergunta que faz a resposta fica feia? Não entendi bem esta. Poderia ser mais claro né? Eu quero perguntar o que devo achar que tenho que perguntar…”.
Laerte Vasconcelos: “Eu não preciso ser claro em nada. Eu não tenho mandato, não sou vereador. Quem precisa ser claro é vereador que é eleito pelo povo e deve dar satisfação para o povo. Eu não tenho que dar satisfação para o povo em nada do que eu faço”.
Vereador Edson Leite: “O senhor conhece a Operação Prato Feito da Polícia Federal, né? O senhor tem conhecimento, tem lido sobre, tem se informado?
Laerte Vasconcelos: “Pouca coisa. Eu li o relatório da Polícia Federal que recebi no meu WhatsApp, interessado em saber as informações que recebi, que estavam escritas ali… Não tenho muito mais informações além do relatório que vocês devem ter também. Talvez vocês devem ter mais informações do que eu”.

Vereador Edson Leite: “O senhor teve algum contato com esta empresa antes deste período [2014 quando foi feito este contrato]?”.
Laerte Vasconcelos: Olha, eu trabalhei na prefeitura de 2009 à 2012. E fui presidente da comissão de licitação num destes anos que não me recordo. Em 2009 tenho certeza que não, pois era meu primeiro ano na Prefeitura. Deve ter sido 2010, 2011 ou 2012 eu fui presidente da comissão de licitação. Provavelmente este contrato, se já ‘vigia’ na época, também não me recordo – acredito que sim, se ‘vigia’ algum destes contrato na época, provavelmente tinha algum contato com a empresa. Ou na licitação, se foi licitado naquele ano, na renovação… Mas não tenho lembrança de nenhum caso específico”.
Vereador Edson Leite: “O senhor não se recorda se teve, se o senhor foi consultado ao menos, antes na elaboração, na negociação, para renovação deste contrato desta licitação de 2014?
Laerte Vasconcelos: “Não tenho com responder isso. Eu saí do governo em 30 de janeiro de 2013. Minha exoneração do governo do doutor Antônio foi no dia 30 de janeiro de 2013. Exonerado pelo prefeito na qual não mantive nenhum contato”.
Vereador Edson Leite: “O senhor tem alguma informação que possa somar, ou possa mudar a direção do relatório final, do que o senhor já conhece, da CEI do Prato Feito da Polícia Federal?”
Laerte Vasconcelos: “Não”.

O vereador Renato da Farmácia (Podemos) perguntou ao ex-secretário Laerte Vasconcelos se ele já esteve presente na sede da empresa investigada Opet no município de Curitiba (PR).
De pronto, o ex-secretário disse que não se recorda. Porém ainda complementou dizendo que durante o período como funcionário da prefeitura não fez nenhuma viagem para fora de Cosmópolis para visitar nenhuma empresa.
“Não foi esta função dentro do governo. De 2009 à 2012 minha função era fazer o planejamento da cidade e cumpri uma série de coisas. Então, Opet era uma empresa na área da educação? Não tinha nenhum contato com empresas no ramo de educação”.
O ex-secretário ainda corrobora dizendo que quando respondeu não ‘se recorda’ é que ele tinha uma empresa de brindes e que sua equipe de vendas e até ele tem muitos clientes pelo Brasil.
O secretário disse que de 2001 à 2009 trabalhou com esta empresa. E após 2013, quando saiu da Prefeitura voltou a atuar com a venda de brindes e disse que já negociou, ou mesmo visitou empresários em Curitiba (PR).
Mas como secretário, afirma nunca ter tido contato com esta empresa.
O vereador reitera: “Esta pergunta acontece pois foram alguns representantes da cidade para Curitiba. E seu nome apareceu. Estou perguntando por conta desta dúvida”.
Laerte responde: “Te garanto com toda certeza que do período de 2009 à 2012, no período que trabalhei na Prefeitura, não estive em Curitiba para visitar nenhuma empresa nem para trabalho da Prefeitura nem para trabalho meu próprio pois não estava atuando na área da minha empresa de brindes”.

Os vereadores Rafael Piauí (PT), Cristiane Paes (PT) e Eliane Lacerda (PV) não fizeram  perguntas ao depoente.
O vereador Doutor Eugênio (PP) disse que não perguntaria ao ex-secretário pois não lhe interessa personagens que passaram pela prefeitura antes de 2017. Ano em que a Polícia Federal acusa de ter problemas na prorrogação do contrato da Prefeitura com a empresa de material didático.
A sabatina com o ex-secretário durou uma média de 11 minutos até o encerramento do presidente da Comissão.

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