26/03/2019

Caso do Bispo Dom Vilson, responsável por igrejas de Cosmópolis, segue sob investigação

Sobre Dom Vilson pesa as acusações de perseguição, extorsão e enriquecimento ilícito

Letícia Leme

O caso do bispo diocesano Dom Vilson Dias de Oliveira segue sob investigação. Sobre ele pesa as acusações de perseguição, extorsão e enriquecimento ilícito. Somando a isso, Dom Vilson também teria acobertado crimes de abusos sexuais, supostamente cometidos pelo padre Pedro Leandro Ricardo, reitor da Basílica de Santo Antônio de Pádua, em Americana (SP).

Após um dossiê, de aproximadamente 80 páginas, ter sido encaminhado pela deputada Leci Brandão (PC do B) ao Ministério Público (MP) de São Paulo, um inquérito foi instaurado no dia 31 de janeiro contra Dom Vilson. No entanto, o mesmo foi prorrogado para um prazo de 60 dias, na quinta-feira (7), para que a apuração desse continuidade. Apesar disso, o delegado seccional de Limeira (SP), Antônio Luiz Tuckmumantel, destacou que o procedimento de delegação é considerado de praxe e acontece quando a apuração ultrapassa o prazo de 30 dias. A oitiva do bispo é a última a ser agendada.

Além de uma investigação por ordem da Justiça, o líder religioso também é averiguado pela igreja católica. O bispo, enviado em fevereiro pela Nunciatura Apostólica no Brasil à diocese de Limeira (SP), dom João Inácio Muller, deixou a cidade após ouvir os acusadores de Dom Vilson. A diocese informou, no entanto, que nenhum encaminhamento ou orientação teria sido deixado por parte do visitador e que a investigação segue sobre segredo canônico.

O procedimento da investigação interna também foi realizado no caso do Padre Pedro Leandro. O resultado deve ser enviado ao vaticano no começo de abril, assim como informou a Diocese de Limeira.

Dossiê é enviado ao Vaticano

O dossiê, de aproximadamente 80 páginas, foi enviado ao Vaticano no dia 2 de janeiro, deste ano. O documento partiu de Santa Bárbara d’Oeste (SP), com destino a sede da Igreja Católica Apostólica Romana, o Vaticano (Roma/IT).  A iniciativa surgiu de Giulio Ferrari, 38, que já havia mandado o dossiê à outras autoridades, inclusive à parlamentar do PC do B.

Giulio mora nos Estados Unidos há mais de 15 anos, e se descreveu como o “último recurso daquelas pessoas que já passaram por algum tipo de abuso”. Ferrari é dono do canal Chega de Abuso TV, e explicou que só conseguiu reunir as informações contidas no dossiê por meio de lives transmitidas no facebook dele, onde as vítimas, encorajadas pelas mensagens, o procurava para relatar os supostos abusos.

“Todas as denúncias que eu investigo são denúncias que a polícia não deu bola, que o Ministério Público não queria investigar, que a mídia não queria investigar”, expôs. Em entrevista concedida ao Portal Cosmopolense, Giulio contou que as investigações realizadas por ele e os depoimentos das supostas vítimas, visam a “construção” de uma nova igreja. “As pessoas envolvidas não estão contra o bispo Vilson ou contra ao padre Pedro, elas estão a favor da limpeza da sociedade onde elas vivem”, explicou.

Com toda a repercussão que tomou o caso, Ferrari acrescentou que um novo documento está sendo elaborado e que ainda, outras vítimas estão se pronunciando. “Estamos trabalhando em uma segunda parte do dossiê (…) entregamos o primeiro, mas já tínhamos material para mais um e agora já surgiram outras vítimas. Assim que o bispo cair vai aparecer uma enxurrada de outras denúncias, pois por enquanto estão tudo com medo”, afirmou.

A Diocese

A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da diocese de Limeira (SP), solicitando um possível retorno por parte do Vaticano com relação a carta registrada, contendo o documento. A mesma respondeu que “oficialmente, a diocese de Limeira (SP) não tem conhecimento de nenhuma carta que tenha sido enviada ao Vaticano, e que ainda não teve nenhum contato de Roma neste sentido”.

Com relação ao processo de investigação, a Diocese se manifestou dizendo que não comentará a respeito em virtude do mesmo estar sobre sigilo judicial e canônico.

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