26/04/2019

Apontado como vilão, extinção de canudinhos gera debate em Cosmópolis

Vídeo mostra sofrimento de tartaruga com canudo preso nas narinas; pesquisa aponta que até 2050 os oceanos terão mais plásticos do que peixes

Da redação

Presente no dia-a-dia da população, o famoso “canudinho” se tornou pauta em 2018 quando passou a ser considerado um dos grandes vilões do Meio Ambiente. Esse rótulo se deu devido ao impacto negativo causado por ele ao ser descartado, já que representa 4% de todo lixo plástico do mundo e os materiais que o compõe, polipropileno e poliestireno, podem levar até mil anos para se decompor.

Conforme um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2018, em 2050, terá mais plástico nos oceanos do que peixes. E como se não fosse o bastante, muitos animais sofrem pela ação irresponsável do descarte indevido do material. É o que mostra um vídeo que viralizou na internet, onde uma tartaruga é resgatada com um canudo preso nas narinas. Na sequência de imagens é possível notar o sofrimento do animal e o quanto os protetores, que faziam o resgate, tiveram dificuldade para retirar o material (assista ao vídeo no final da matéria).

Visto que o artefato causa um impacto negativo tanto para o Meio Ambiente – uma vez constatado a demora em que leva para se decompor – quanto para os animais que são expostos a ele, algumas cidades da região aderiram a lei que proíbe o uso do “canudinho” em comércios. Cosmópolis ainda não multa os estabelecimentos que fornecem o material de plástico. No entanto, cosmopolenses discutem a ideia.

Tudo começou quando dados da ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos,  afirmou que o item é o 7° mais coletado nos oceanos em todo o mundo. No Brasil, a primeira cidade a proibir o uso do canudo foi o Rio de Janeiro. Lá, quem for flagrado usando o canudo errado, é intimado a substituir o produto no prazo de 60 dias e para quem descumprir a lei, as multas chegam a R$ 6 mil. Desde então, várias cidades já estão se adaptando e criando novos hábitos.

O município cosmopolense ainda não aderiu a causa. Contudo, alguns moradores possuem opinião formada sobre o assunto. É o caso de Francielle Coimbra, que olha a iniciativa como um começo para uma cidade mais preocupada com o meio ambiente. “Sou a favor da proibição, já ajudaria e muito. Mas ainda falta muito para se chegar perto de uma ‘cidade perfeita’ contra a poluição, mas já é um bom começo”, avalia.

Renata Soares acredita que a medida deve ser posta em prática aos poucos, no entanto, pensa que não faria tanta falta assim. “É um assunto que vai ter muitas pessoas à favor e muitas contra. Mas é algo para ser feito um teste nos comércios, educando à população. Acredito que não faria falta, todo mundo iria se acostumar”, argumenta. Já a moradora Karla Bia conta que para ela “tanto faz” usar ou não os canudos. “Se é importante pra sustentabilidade, eu apoio sim”, defende.

Luma Klingohr concorda que a proibição seria apenas o começo de uma série de outras medidas que deveriam ser tomadas, a fim de poupar o Meio Ambiente. “É uma atitude extremamente importante, pois apesar de não serem os únicos vilões em relação ao meio ambiente, é uma medida inicial, começamos com os canudinhos, até conseguirmos alcançar metas mais altas (copos, talheres e garrafas plásticas) cada vez mais presentes na nossa sociedade. Porém, não devemos pensar que o problema é somente o resíduo, quando na verdade está na população e nas questões políticas da cidade, pois falta sim hoje em dia estruturas e politicas ambientalmente corretas não somente em Cosmópolis, mas no mundo todo”, argumenta.

“É uma pena que Cosmópolis ainda não tenha aderido a ideia, pois estamos situados no centro de uma das principais bacias hidrográficas do nosso estado a bacia do PCJ, sendo o nosso rio Pirapitingui um dos afluentes dessa Bacia, a prefeitura deveria investir nessa política de proibição sim, pois são de pequenas atitudes que se inicia a mudança, e deveria investir em melhorias do sistema de saneamento básico e coleta de resíduos, além de outros setores do qual nossa cidade está tão carente”, reiterou Luma.

Por fim, a moradora também defende a criação de programas de conscientização. “Deveria investir não só na fiscalização dos comércios, mas em programas reais de educação e conscientização ambiental, pois hoje em nossa cidade não se tem nenhum projeto de educação ambiental em andamento. Falta mais educação e conscientização das pessoas que utilizam esses materiais, e que na hora realizarem o descarte, muitas pessoas agem de maneira primitiva ao jogar seu lixo em qualquer lugar, ou não se importando onde deixa seu descartável ou outros resíduos”, conclui.

Outros meios já foram elencados para substituir o item com a proibição e já estão disponíveis no mercado, como canudos de vidro, metal e até mesmo comestíveis. Sendo assim, enquanto a lei não se aplica a todos, cabe a cada um optar por qual material irá utilizar.

Assista ao vídeo

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